Valor dos alimentos da cesta básica cresce e brasileiros sentem impacto nos supermercados

A inflação vem sendo pressionada pela alta nos preços dos alimentos que mais são consumidos pelo brasileiro, que são aqueles que formam a cesta básica. Atrás disso, está uma demanda internacional grande de valorização do dólar, que ontem, terça-feira (27), chegou ao patamar de R$5,68, o seu maior valor desde o mês de maio.

Valor dos alimentos da cesta básica cresce e brasileiros sentem impacto nos supermercados
Valor dos alimentos da cesta básica cresce e brasileiros sentem impacto nos supermercados (Foto: Google)

Alguns produtos como o feijão, óleo de soja, arroz, leite, carne e tomate foram os que mais acumularam alta.

O óleo de soja, por exemplo, em outubro atingiu uma alta de 22,34% e tem causado preocupação do presidente Jair Bolsonaro. 

Ontem (27), o presidente se reuniu com os ministros Tereza Cristina, da Agricultura, e Bento Albuquerque, de Minas e Energia, para conversar sobre a próxima safra do grão, que tem batido preços recordes e impacta na inflação dos alimentos.

Além disso, os representantes do setor de soja,  como Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Amaggi Agro, Bunge e Cargill fizeram parte da reunião.

 Segundo André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), a alta no óleo de soja se deve à desvalorização do real, já que a soja é cotada em dólar.

Alta dos alimentos da cesta básica

Óleo de soja

O óleo subiu cerca de 22,34% no mês de outubro, acumulando assim uma alta de 65,08% ao ano. Esse foi um dos produtos que mais ficou caro.

De acordo com o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz, esse é o efeito da desvalorização da nossa moeda, já que a cotação é feita baseada no dólar.

Feijão preto

O feijão teve uma alta de 36,7%no ano, essa alta está relacionada à quebra da safra. Braz afirmou que o preço disparou por conta de uma oferta menor.

“As últimas safras não foram muito boas, e isso diminui a oferta do feijão, o que, por consequência provoca o aumento de preço. O feijão tem menos relação com a taxa de câmbio, porque não importamos e consumimos aqui.”, afirmou.

Arroz

O aumento no arroz foi uma combinação entre  a redução da área plantada pelo produtor, que induz a alta do preço, com o maior volume de exportações.

Braz explicou que “ Quando o preço dos grãos que têm muito mercado fica mais baixo, o produtor decide diminuir a área plantada para forçar o aumento de preços, dado que a demanda nacional é grande. O outro motivo é que, com a desvalorização do real frente ao dólar, nossa moeda se torna mais competitiva no mercado internacional, o que leva ao aumento das exportações. Muitos países da América Latina acabaram comprando arroz do Brasil.”, disse.