Durante a fase da pandemia, o país passou por dois extremos nas vendas de varejo. Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do mês de março a abril, houve queda de 16,7%. Por outro lado, de abril a maio, o volume de vendas registrou aumento de 12,7%. Uma explicação para a volatilidade foi a injeção do auxílio emergencial no país.
Segundo a divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil teve aumento de 3,4% nas vendas no varejo em agosto, na comparação com julho. Este resultado recente representou o maior aumento desde 2000. O número indicou alta de 8,2% em relação a fevereiro, antes da crise econômica por conta do Covid-19.
Resultados bimestrais
Os meses de julho e agosto, somados, tiveram alta de 11,3% em comparação ao acumulado nos meses de maio e junho. Esta foi o segundo aumento bimestral consecutivo, sendo o maior histórico.
Para se ter uma ideia do contraste, os meses de maior gravidade da pandemia, março e abril, haviam tido queda de 10,3% em relação ao primeiro semestre do ano.
As atividades que tiveram maior alta bimestral foram de tecidos, vestuário e calçados (78,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (37,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (25,3%).
As outras com resultados positivos foram os equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (22,2%), móveis e eletrodomésticos (21,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (10,5%) e combustíveis e lubrificantes (9,7%).
O auxílio emergencial como fator de mudança
Conforme visto, o país teve grande recuperação no varejo a partir do mês de maio. O auxílio emergencial possibilitou milhões de brasileiros a terem uma renda na fase de reclusão. Inicialmente o auxílio era de R$ 600,00 e, atualmente, de R$ 300,00. Cerca de 67,7 milhões de brasileiros foram beneficiados com mais de R$ 220 bilhões.
“O auxílio emergencial e outras fontes de estímulo, como o crédito, surtiram bastante efeito no comércio varejista. Por isso, o setor tem apresentado uma recuperação forte e generalizada”, afirma Lisandra, economista da XP Investimentos, conforme o Correio Braziliense.
No entanto, o crescimento pode se enfraquecer nos próximos meses. Com a diminuição do auxílio emergencial e a incerteza da economia do país, o varejo poderá passar por mais instabilidade.