A agência de rating Standard & Poor’s (S&P) reavaliou a projeção feita com relação ao Produto Interno Bruto brasileiro e indicou uma projeção de queda PIB neste ano de 7% para 5,8%. O motivo da mudança foi a pronta recuperação do Brasil durante o período da pandemia do Covid-19, após o período de reclusão mais limitado. Com relação à previsão para 2021, a estimativa se manteve em 3,5%.
Como fatores para a reavaliação de menor queda para o PIB e a recuperação da economia nacional, a agência indica que são os estímulos fiscais e monetários, a flexibilidade no isolamento social e a demanda chinesa.
“A economia brasileira, apesar de o país ter um dos maiores números de casos de covid-19, teve um desempenho melhor do que esperávamos no segundo trimestre, com queda anualizada de 33,5%, uma das menores entre os emergentes, excetuando a Ásia”, segundo a S&P.
Possíveis riscos futuros
Um fator a se considerar para a projeção de preocupação para o final deste ano e o começo de 2021 é o fim do auxílio emergencial, que deve se encerrar em dezembro. Até então, o governo pagava R$ 600 e, atualmente, R$ 300 aos contemplados.
Com o benefício, quase 66 milhões de pessoas foram auxiliadas neste período. Com esse corte, o fluxo de consumo deverá ter uma diminuição no período citado.
Outro ponto indicado pela S&P são as medidas feitas pelo Banco Central (BC) como forma de incentivar as instituições financeiras a seguirem com as medidas de continuidade, mesmo com o impacto negativo da pandemia.
Há previsão de crescimento em 10% do crédito este ano. No entanto, a expectativa é de deterioração na qualidade dos ativos, de forma com que os bancos elevem as provisões e afete os lucros.
“A economia parece estar se estabilizando, o que deve ajudar a também estabilizar a qualidade dos ativos, à medida que as pausas nos empréstimos (concedidos para quase 21% da carteira total) chegam ao fim. Ainda assim, os riscos à qualidade dos ativos persistem, dado o cenário ainda fluido sobre a atividade econômica e o emprego”, avalia a agência.