PONTOS CHAVES
- Atividades escolares de São Paulo devem voltar presencialmente
- Governo testará mais de 700 mil pessoas nos próximos dias
- Alunos contarão com um cronograma mais extenso
Retorno das atividades escolares é garantido pela gestão de São Paulo. Após um período de quase sete meses com as aulas suspensas, a prefeitura paulistana começa a avaliar as possibilidades de um retorno gradual e seguro. Entre as informações já concedidas, há uma expectativa de reabertura a partir do mês de novembro e para o ano de 2021 os alunos poderão ter aula nos finais de semana. Entenda os detalhes.
A pandemia do novo coronavírus suspendeu uma série de serviços em todo o território nacional, entre eles a realização de aulas na rede pública e privada. Os estudantes do ensino fundamental e médio da cidade de São Paulo estão em suas casas há aproximadamente sete meses, tendo os cronogramas letivos atrasados.
Para quem é da rede privada, o cenário é mais positivo, pois há uma maior possibilidade de aplicação de recursos tecnológicos.
Muitos centros de ensino passaram a optar pelas atividades remotas, como forma de garantir a continuidade do aprendizado prevista para o ano letivo.
Já para quem é da rede pública há uma série de agravantes. O primeiro diz respeito a necessidade da merenda, tendo em vista que grande parte dos alunos têm as refeições ofertadas pelas escolas como fonte principal de alimentação.
Segundo são os atrasos no processo de ensino e aprendizagem, visto que esse grupo tem mais dificuldade de ter acesso a plataformas digitais.
Previsão de retorno
Segundo o secretário Municipal de Educação, Bruno Caetano, o assunto está sendo tratado com a devida importância e apresenta um elevado grau de prioridade na gestão da cidade.
Ele explicou que, o primeiro desafio foi conseguir comprar todos os testes de covid-19 disponíveis para garantir um controle dentro das escolas. Agora, para Bruno, o maior desafio é a confiança entre pais e responsáveis.
“Superados os desafios das compras de materiais e testes, é preciso vencer a confiança do poder público com as famílias, não só na cidade de São Paulo, mas de toda a educação”, afirmou em entrevista ao portal O Globo.
Outra pauta também a ser trabalhada é a extensão do cronograma acadêmico. Para o gestor, não se pode destacar a possibilidade de realização de aulas nos fins de semana e iniciar o ano letivo de 2021 ainda no mês de janeiro. Ele afirma que essa é uma das formas de amenizar o tempo perdido com a pandemia.
“Só há um jeito de fazer isso (recuperar o tempo perdido), ampliando o tempo de estudo do aluno”, reforçou Bruno.
Questionado sobre o processo de triagem, o secretário garantiu que cerca de 777 mil pessoas serão testadas ainda no mês de outubro. A ideia é utilizar o censo sorológico como base para determinar os processos de reabertura das escolas.
“Com o teste sorológico vamos entender a prevalência do vírus entre educadores e crianças, e conferir quem já tem anticorpos antes da volta às aulas. A expectativa da prefeitura é já ter realizado os testes até 10 de novembro”, afirma.
O secretario garantiu ainda que já a partir desta segunda-feira (01) os alunos passarão a ser testados, prevendo uma verificação de 200 mil pessoas durante os próximos 15 dias.
Além de alunos, a fiscalização envolverá também “todos os profissionais da educação, alunos do 3º ano do ensino fundamental e do 9º ano. São testes que a prefeitura já tem em estoque. Nesse momento, a secretaria realiza o credenciamento de mais laboratórios para realizar o restante a partir do dia 15”, pontuou.
Para ele, a principal decisão de urgência nessa reabertura é a dificuldade dos pais em manter a qualidade do ensino dos filhos em casa e também a realidade de professores e demais servidores que dependem de tal serviço para sobreviverem.
“A recuperação da aprendizagem é urgente. Por mais que os professores estejam se esforçando, assim como os estudantes e seus familiares, nada substitui o ensino presencial. Tenho certeza que o ensino híbrido veio para ficar, com auxílio da tecnologia, mas como forma complementar, não como principal. É acessório na educação, mas nunca será o principal. É claro que quando temos escolas fechadas pelo tempo que ocorreu no Brasil, há um prejuízo evidente. É por isso que se faz urgente a retomada das aulas presenciais, mas nesse momento também é necessário presar o valor universal que é a vida e à saúde”, defendeu Bruno.