Programa de trainee para negros vira motivo de críticas na internet e em Brasília. Sendo o Brasil considerado um dos países de maior desigualdade social e falta de assistência para negros, após a Magazine Luiza anunciar uma seleção exclusiva por meio de cotas raciais, a marca virou alvo de ameaças entre a sociedade civil e parlamentares.
Com o objetivo de fomentar a participação de negros no mercado de trabalho, a Magazine Luiza informou, na última semana, que estava lançando um programa de trainee exclusivo para negros.
De acordo com a empresa, a iniciativa prevê ampliar o número de pessoas por cotas raciais em seu quadro de funcionários, mas virou alvo de críticas sob essa decisão.
Parlamentares afirmaram que o projeto era desnecessário e poderia gerar uma desigualdade entre a classe trabalhadora, ameaçando levar o caso para o Ministério Público.
Os deputados federais Carlos Jordy (PSL-SP) e Daniel Silveira (PSL-RJ), utilizaram seus perfis do twitter para informar que estariam formalizando uma ação contra a empresa, alegando que a mesma estaria cometendo um ato de racismo.
Além disso, uma série de outros internautas, em apoio ao atual governo, ampliaram o debate acusando a marca de incentivar a desigualdade entre classes.
Magalu mantém iniciativa
Mesmo após toda a polêmica, a Magalu informou que irá manter a seleção e que a decisão é vista como uma política pública para um grupo historicamente menos favorecido.
Segundo Patricia Pugas, diretora-executiva de gestão de pessoas do Magalu, a empresa já sabia que “a ação afirmativa iria desencadear discussões”.
— Por intermédio da Lu, nossa influenciadora virtual, e de um artigo do nosso CEO, Frederico Trajano, nos manifestamos nas redes, de forma contundente e transparente, sobre a legalidade do programa e a nossa intenção de levá-lo adiante: atacar a baixa representatividade negra em nossa liderança — afirmou.
Em resposta ao deputado, a empresa disse que:
“Estamos absolutamente tranquilos quanto a legalidade do nosso Programa de Trainees 2021. Inclusive, ações afirmativas e de inclusão no mercado profissional, de pessoas discriminadas há gerações, fazem parte de uma nota técnica de 2018 do Ministério Público do Trabalho”, escreveu pelo twitter.