Os planos de saúde foram obrigados a não realizar reajustes durante esse ano devido à pandemia de Covid-19. Porém, de acordo com especialistas, esse valor deve ser cobrado no próximo ano a partir de janeiro.
Os reajustes anuais dos planos de saúde foram impedidos esse ano devido à pandemia, porém, a partir de janeiro de 2021 será cobrado.
Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é permitido que as empresas façam a cobrança de forma retroativa.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar não apresentou regras para essa cobrança, por esse motivo, especialistas acreditam que o valor será muito alto e o boleto pode assustar os clientes, fazendo com que haja uma grande procura da Justiça para resolver problemas contratuais e, provavelmente, a saída ou expulsão de muitos clientes dos planos.
A ANS suspendeu os reajustes de todos os planos de saúde, sejam coletivos ou individuais, até dezembro de 2020. Porém, a agência não deixa claro como será realizado a recomposição dos valores e nem quando.
Segundo especialistas, a retomada da aplicação dos reajustes pode resultar em mensalidades mais altas. Além disso, há grande preocupação em relação à data dessa cobrança, já que nada foi definido, por isso, pode ser cobrado já em janeiro.
A expectativa dos clientes é que ocorra em maio, quando é prevista à data-base, assim como são realizados os reajustes anuais.
De acordo com a nota divulgada pela ANS, os planos individuais terão uma recomposição do reajuste no prazo igual ao da suspensão.
Dessa maneira, quem paga uma mensalidade de R$ 1.000 e teria um reajuste de 25%, porém foi suspenso durante quatro meses, terá que pagar R$ 1.500 por mês até quitar a diferença dos meses de suspensão.
O maior problema, segundo o coordenador do Observatório da Judicialização da Saúde Suplementar do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, Mário Scheffer, é que muitos usuários de planos de saúde tiveram os contratos reajustados antes da medida da ANS durante a pandemia e, por esse motivo, muitas famílias e empresas não conseguiram manter seus planos de saúde durante essa crise.