Sem política de correção salário mínimo 2021 vai depender da inflação deste ano

Após quase dois anos consecutivos sem uma política de correção do salário mínimo determinada em lei, a equipe econômica não pretende estabelecer uma regra para o ajuste do piso nacional. Logo, ele deve permanecer crescendo somente o referente a inflação do ano anterior, sem ganho real. Valendo para 2021 e também para os anos seguintes.

Sem política de correção salário mínimo 2021 vai depender da inflação deste ano
Sem política de correção salário mínimo 2021 vai depender da inflação deste ano (Imagem: Google)

Até o ano de 2018, existia uma regra que falava sobre o reajuste real do salário mínimo, no caso de crescimento da economia, e que foi a base para a definição do salário mínimo do ano seguinte, 2019. Esta regra dava um aumento baseado na inflação do ano anterior com o acréscimo da economia de dois anos antes.

Esta regra venceu em 2018, e a partir daí, o governo determina o valor do salário somente através de medida provisória, sem levar em conta o reajuste real. Mas a equipe econômica segue o que manda a Constituição, que fala que o salário terá “reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo”.

Baseado neste dispositivo constitucional, o governo realiza o reajuste do salário mínimo com base na inflação calculada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que é medido pelo IBGE.

O INPC faz a medição da inflação de famílias que contam com rendimento mensal de um a cinco salários, em que a pessoa de referência é assalariada. Este índice também é responsável pelo reajuste dos benefícios do INSS acima do mínimo.

Para este ano, o governo projeta que este índice seja de 2,10%. Se isto vier a acontecer de fato, o salário mínimo sai dos atuais R$1.045 e vai para R$1.067 no início do ano que vem.

Este valor é o que vai constar no Orçamento de 2021, que o governo remete ao Congresso ainda nesse mês.

Segundo informações do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo é a referência para 49 milhões de trabalhadores no país.

A não correção real do salário mínimo tem como base a situação das contas públicas do país. Mais da metade dos gastos direcionados ao pagamento de aposentadoria são corrigidos de acordo com o salário mínimo.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.