FGTS rendendo acima da inflação ainda é uma boa opção para saque? Tire suas dúvidas

PONTOS CHAVES

  • FGTS apresenta rentabilidade maior que a inflação e poupança
  • Manter os recursos retidos pode gerar um maior lucro em 2021
  • Trabalhadores devem avaliar atual cenário financeiro antes de fazer o saque

Valores do FGTS podem render mais se ficarem retidos nas contas dos trabalhadores. Nessa semana, o conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) informou que estará redistribuindo o lucro obtido pelo programa ao longo do ano de 2019.   

FGTS rendendo acima da inflação ainda é uma boa opção para saque? Tire suas dúvidas (Imagem: Google)

De acordo com as estatísticas financeiras, esse ano sua rentabilidade total ficou em aproximadamente 4,90%, sendo maior que a inflação acumulada nos últimos 12 meses. Dessa forma, muitos questionam-se se fazer as retiradas do saque aniversário vale a pena.

Atualmente, a caderneta de poupança está com um rendimento de apenas 4,34%, e o CDI acumulou 5,96%. Isso significa que, os valores mantidos dentro do FGTS, por enquanto, estão apresentando uma maior lucratividade, tendo em vista que a taxa básica de juros (Selic) ficou fixada em 2% ao ano.  

Com a pandemia do novo coronavírus, o governo federal vem permitindo que os brasileiros tenham acesso aos valores retidos no FGTS e saquem determinadas quantias para minimizar os impactos da crise econômica.

Entretanto, é válido ressaltar que, a partir do momento em que quantias são retiradas, o fundo de investimentos e lucratividade do FGTS, previsto para 2021, tende a ser minimizado.  

Vale a pena sacar o FGTS?  

Atualmente, o estado permite que sejam feitos dois tipos de saque no FGTS. O primeiro diz respeito ao saque aniversário, modalidade criada pela gestão de Jair Bolsonaro, que permite retiradas anuais dos fundos de garantia.  

O segundo é o saque emergencial. Benefício desenvolvido no primeiro semestre deste ano, que libera até R$ 1.045 por cidadão para poder minimizar os impactos do novo coronavírus. O calendário de pagamento de ambas as modalidades já está em funcionamento, sob a administração da Caixa Econômica.

Entretanto, há muitos cidadãos que, diante das alterações de rentabilidade, preferiram deixar os recursos guardados.  

De acordo com os analistas, para saber se o saque é uma opção vantajosa ou não, o segurado precisa analisar seu momento financeiro. No caso daqueles que estão com dívidas ou falta de recursos para a administração de seus pagamentos, a retirada do FGTS é uma opção mais segura, evitando assim solicitar serviços de crédito.  

FGTS rendendo acima da inflação ainda é uma boa opção para saque? Tire suas dúvidas (Imagem: Google)

A rentabilidade do FGTS está muito atrativa, comparando com seus pares da renda fixa. Mas não é um recurso com liquidez. O trabalhador pode sacar (o saldo) se for demitido, mas não em outras situações de perda de renda ou de gasto imprevisto. Para quem puder deixar os recursos na conta, o fundo deve continuar vantajoso nos próximos 12 a 18 meses — esclarece Fernando Domingues, assessor financeiro da Ativa Investimentos. 

Já para quem está com as contas em dia, mas não possui uma reserva financeira, também se recomenda os saques pelo FGTS, tendo em vista que após o prazo de pagamento o valor voltará a ficar retido e se houver uma emergência o cidadão ficará descapitalizado.  

A reserva de emergência não vai ter mais rentabilidade acima da inflação. Mas é melhor perder da inflação do que perder dinheiro se precisar — reforça Fernando Domingues, assessor financeiro da Ativa Investimentos. 

Remuneração das contas do FGTS  

De acordo com a administração do fundo, suas contas são remuneradas em aproximadamente 3% ao ano, somadas juntamente com a Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada. Além disso, o Conselho precisa contabilizar também todo o lucro anual obtido, para assim poder fazer a distribuição.  

Para 2020, espera-se que o FGTS tenha uma rentabilidade maior do que as demais aplicações de renda fixa, tendo em vista que estas encontram-se em baixa por causa das atuais taxas de imposto, inflação e juros.

Se a estimativa inflacionaria se manter em 1,65%, conforme apresentou o último Boletim Focus, o FGTS deverá ter uma rentabilidade real de aproximadamente 1,35%.  

— O saque emergencial pode ser uma opção para quem está buscando dinheiro na mão. Aquele dinheiro que pode ser sacado em menos de três a seis meses pode ficar no CDI, até mesmo na poupança, sem imposto, mas é preciso entender que não se tem ganho com isso — explica Marcia Guerra, gerente de investimentos da Sicredi Vale do Piquiri. 

No entanto, para os trabalhadores que obtém outros recursos em liquidez, manter o FGTS retido é uma ótima oportunidade de investimento, que deve ser tomada mediante uma avaliação das demais operações.  

Há outras oportunidades de investimentos com mais retorno para quem tem mais prazo e mais apetite ao risco. Títulos de renda fixa que pagam mais do que 8% a 10% ao ano, mas são de longa duração, ou ações são oportunidades nesse cenário. O investidor pode se expor via fundos ou ETFs de forma diversificada a um baixo custo. Porém, entendo que estará correndo riscos para ter mais retorno — afirma Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos. 

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.