De acordo com o levantamento feito pelo IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor), o reajuste médio das tarifas bancárias foi de três vezes a inflação que é medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), entre os meses de junho de 2019 e maio deste ano.
O levantamento apontou que os pacotes de serviços tiveram um aumento de 6%, enquanto as tarifas avulsas aumentaram cerca de 5,1%, contra um IPCA de 1,88% no mesmo período.
O levantamento do IDEC se limitou aos valores cobrados pelos seis maiores bancos do Brasil: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, Santander e Safra. Estas instituições juntas oferecem 75 pacotes de serviços e 45 tarifas avulsas.
Os consumidores brasileiros gastam por ano cerca de um salário mínimo somente com as tarifas dos bancos, entre pacotes de serviços, anuidades e saques de cartões de crédito e taxas de transferências entre bancos, segundo Ione Amorim, economista do instituto.
“Em uma década os bancos sempre reajustaram as tarifas acima da inflação, o que reflete falhas no processo de regulamentação. Essas taxas representam um ganho significativo para o setor. Este ano, apesar da pandemia, o fenômeno se repetiu, o que aponta falta de sensibilidade, empatia e compromisso com os consumidores”, afirmou.
Ione destaca que os maiores aumentos aconteceram nos bancos públicos. Entre os pacotes de serviços, a maior alta foi no “universitário”, da Caixa: 90%.
Já entre as tarifas avulsas, o Banco do Brasil e a Caixa, fizeram reajustes na taxa de transferência entre contas do próprio banco em cerca de 340%.
Através de um ofício remetido ao Banco Central pelo Idec, o instituto ressalta em outras coisas, a necessidade de melhorar a informação passada aos clientes. Segundo a norma, basta que os bancos mantenham em uma área do site a tabela de preços de pacotes e tarifas e as informações sobre reajuste.
De acordo com Ione, uma grande parcela dos correntistas bancários não tem ideia de quanto paga pelas tarifas nas contas e sequer sabem dos serviços que fazem parte de seu pacote.
Susto com as tarifas bancárias
O psicólogo Ricardo Lôbo, levou um susto ao constatar que gasta R$600 reais todos os anos com os serviços bancários e já pretende migrar para bancos digitais.
“Diante desse valor, já estou me organizando para migrar minha movimentação para uma conta digital onde não há cobrança de tarifas”, afirmou.
Isto porque, instituições como Nubank, Banco Inter, Mercado Pago, Next e C6 Bank, não fazem nenhum tipo de cobrança pela manutenção da conta. Em muitos casos, nem mesmo o DOC e TED são cobrados, apenas o saque e as tarifas do cartão de crédito.