Fim do auxílio emergencial ameaça crescimento da economia, diz BC

O Banco Central disse nesta terça-feira (11) que acredita em uma recuperação parcial na economia, principalmente devido ao pagamento do auxílio emergencial. No entanto, detectou barreiras que podem dificultar uma previsão de retomada mais acertada. Esta informação faz parte da ata da última reunião do Copom que tratou do corte da taxa básica de juros, Selic, de 2,25% para 2%.

Fim do auxílio emergencial ameaça crescimento da economia, diz BC
Fim do auxílio emergencial ameaça crescimento da economia, diz BC (Imagem: Google)

Na ata, o Copom direcionou a dificuldade de prever os próximos acontecimentos da economia para dois fatores: a continuidade da pandemia, e como a economia vai se comportar após o fim do auxílio emergencial.

Sendo assim, o Copom disse que estas incertezas podem causar uma retomada “ainda mais gradual” da economia. Isto significa que a recuperação econômica vai depender do crescimento ou do controle da pandemia do coronavírus e também de como será quando a ajuda do governo acabar.

“Os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas de governo. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano”.

Na ata, o comitê também afirma que a recomposição da renda do auxílio emergencial foi o que permitiu uma retomada “consideravelmente forte” no consumo de bens duráveis e nos investimentos.

Porém, o setor de setor de serviços, que é o possui o maior peso no PIB (Produto Interno Bruto), ainda é um dos mais atingidos pela pandemia.

“Assim como no caso da atividade, o Comitê considera que a pandemia deve continuar a ter efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos. Dada a natureza do choque, o setor de serviços deve continuar a apresentar maior ociosidade que os demais”.

O Boletim Focus, que agrupa as expectativas do mercado para os mais importantes índices econômicos, aponta que a inflação neste ano fique em 1,63.

A meta de inflação para este ano é de 4%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Se a projeção do mercado se realizar, a inflação ficaria abaixo do piso da meta.

Falando em PIB, o governo projeta uma queda de 4,7% neste ano. No mercado, é estimado que a economia encolha 5,62% em 2020 e que venha a se recuperar em 5% em 2021, de acordo com o boletim Focus.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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