Nesta quarta-feira (12), o dólar está operando em alta, depois de uma certa instabilidade na abertura, com os investidores divididos entre a fraqueza do Dólar no exterior e os abalos da “debandada” no Ministério da Economia do Brasil depois do desligamento de mais dois secretários da equipe econômica chefiada pelo ministro Paulo Guedes.
Ao 12h10, o dólar subia 1,23%, a R$ 5,4818. Na máxima até aquele momento, atingiu a R$ 5,4823; na mínima foi a R$ 5,4001.
Ontem (11), a moeda americana fechou o dia em baixa de 0,90% a R$ 5,4151. No acumulado do mês, a moeda teve alta de 3,80%, e no ano, de 35,05%.
Saídas na equipe econômica
Na noite de ontem, Paulo Guedes, o ministro da economia comunicou a saída dos secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, e admitiu a “debandada” que está acontecendo em sua equipe.
O ministro afirmou também que os auxiliares que estão recomendando que Bolsonaro “fure” a regra do teto de gastos, estão deixando o presidente em risco de impeachment.
Estas saídas de secretários encarregados dos projetos de privatizações e de reforma administrativa estão gerando dúvidas a respeito do avanço da agenda liberal que é defendida por Paulo Guedes, e que foi prometida na campanha presidencial de 2018.
Esta incerteza política no Brasil, junto a um ambiente de juros muito baixos e a crise econômica causada pelo coronavírus, é considerada pelos analistas como um dos principais motivos que elevou o dólar a níveis recordes que ficaram próximos de R$6 neste ano.
Do outro lado, a fala do ministro foi encarada como um pedido de respaldo político do presidente Jair Bolsonaro a agenda liberal. A equipe econômica da XP Investimentos fez uma análise da fala de Guedes
“A fala se dá em momento difícil para a equipe econômica, quando se multiplicam as iniciativas insólitas no governo e no Congresso para expandir as despesas e em meio ao sinal negativo dado pela “debandada” no time, que deixou de ver suporte político para avanço das privatizações e da reforma administrativa”.