Auxílio emergencial marca recorde na diminuição do índice de pobreza no Brasil

O auxílio emergencial, benefício de R$ 600 criado para trabalhadores informais e de baixa renda no período de pandemia provado pelo coronavírus (Covid-19) teve impacto na redução da miséria no Brasil. O índice de população em extrema pobreza caiu de 4,2% para 3,3%. Bem como o percentual de brasileiros em situação de pobreza, que caiu de 23,8% para 21,7%, conforme aponta pesquisa.

Auxílio emergencial marca recorde na diminuição do índice de pobreza no Brasil
Auxílio emergencial marca recorde na diminuição do índice de pobreza no Brasil (Imagem: Reprodução Google)

Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada por Daniel Duque. Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Aliás, o estudo é baseada, também, em informações do PNAD Covid, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Conforme publicado pelo PNAD, o auxílio emergencial obteve um longo crescimento durante o mês de maio. Sendo assim 42% dos domicílios e 49% da população no Brasil tinha acesso ao benefício. 

Segundo o pesquisador Duque, os dados do PNAD mostram que, sendo em média o auxílio emergencial responsável por 9% de toda a renda domiciliar per capita do país, isso demonstra que o benefício chega àqueles em pior situação, quando se trata de um formato em decil. 

Já entre o terço mais pobre do país, o auxílio é responsável por 55% da renda per capita. Em contrapartida, entre o terço mais rico, a porcentagem corresponde a 1,5%. 

Impactos do auxílio emergencial no país

Conforme apontado do Daniel Duque, o auxílio emergencial teve o valor potente. Isto é, entre os R$ 600 e os R$ 1.200 oferecidos pelo programa. Enquanto que a mediana do rendimento domiciliar, per capita, era de R$ 860 até o ano de 2019. 

Os dados mostram que, mesmo a maior parcela da população abaixo da linha da pobreza do Banco mundial (U$ 5,50 por dia, R$ 447 por mês), significa que o programa chega aos de menores rendimentos, a proporção dos embaixo da linha de pobreza extrema, conforme a ONU (US$ 1,90 por dia, R$ 154 por mês). Isto é, menor entre os que recebem o auxílio, devido ao valor. 

Com sua grande cobertura e um alto valor do benefício, não seria se surpreender que o Auxílio Emergencial tivesse significativo impacto sobre a Taxa de Pobreza agregada no país”, expõe Duque. 

Custo do auxílio emergencial 

Conforme aponta o pesquisador, apesar de ter sido de grande ajuda à população, o auxílio emergencial é caro. Aproximadamente gira em torno de R$ 50 bilhões por mês. 

Ainda que seja um programa extremamente meritoso e necessário para o atual momento de pandemia, caso se tornasse permanente, ocuparia mais de 40% de toda arrecadação federal em 2019, e 17% da arrecadação de todo setor público”, expõe.  

Daniel Duque acredita que, mesmo beneficiando a população, o programa Auxílio Emergencial é insustentável. 

Tendo em vista ainda a grande redução de receita dos governos federal, estaduais e municipais devido à crise atual, o programa ficaria portanto fiscalmente insustentável, tendo em vista ainda toda gama de serviços públicos que ainda precisam ser sustentados pelo Estado”, diz.