Mudanças trabalhistas precisam ser votadas hoje no Senado para não perder a validade

 

PONTOS CHAVES

  • A MP de mudanças trabalhistas tem até esta segunda-feira (20) para entrar em votação
  • Essa MP foi criada para minimizar os impactos da pandemia de coronavírus para os empregados
  • Só não deixam de valer os contratos já acertados antes da MP caducar

Nesta segunda-feira (20), a primeira medida provisória publicada pelo governo de Jair Bolsonaro para flexibilizar as regras trabalhistas durante a quarentena, deve perder a validade caso não seja votada. 

Mudanças trabalhistas precisam ser votadas hoje no Senado para não perder a validade
Mudanças trabalhistas precisam ser votadas hoje no Senado para não perder a validade (Foto: Google)

Pelo fato dos senadores não terem chegado a um acordo para poder fazer a votação da MP 927, ela não deve ser convertida em lei. 

Com isso, vão deixar de vigorar todas as alterações trabalhistas criadas em 22 de março. Nela está a possibilidade de antecipar férias e feriados, além de regras mais frouxas para banco de horas. 

A Medida provisória tinha concedido um prazo maior para as empresas fazerem o recolhimento do FGTS dos seus empregados. A cobrança de abril, maio e junho, por exemplo, foram adiadas para julho, parceladas e sem juros. 

Essas medidas não devem sofrer alterações, de acordo com alguns especialistas. Veja o que muda:

Férias individuais

Mudanças trabalhistas precisam ser votadas hoje no Senado para não perder a validade
Mudanças trabalhistas precisam ser votadas hoje no Senado para não perder a validade (Foto:Google)

Férias coletivas 

Feriados 

Banco de horas 

Trabalho remoto 

Segurança e saúde do trabalho 

Contratos alterados com as mudanças trabalhistas 

As empresas que aproveitaram as flexibilizações durante a vigência da MP 927 não precisam se preocupar, já que todo o combinado é válido, levando em consideração um ato jurídico.

Em entrevista ao UOL, a advogada Fernanda Garcez, do escritório Abe Giovanini, afirma que situações pontuais estão consumadas, como férias já concedidas ou o prazo estendido para recolhimento do FGTS. 

Apesar disso, ela afirma que pode haver questionamento na Justiça sobre alguns direitos continuados a partir de agora, como o banco de horas.

Alguns especialistas estão criticando a perda de validade da medida. Ricardo Calcini, disse que as alterações trazidas pela MP 927 eram pontuais e necessárias durante para o período da pandemia. 

Ele ressalta ainda que houve uma desburocratização importante que deu ferramentas para as empresas lidarem com o momento que nunca havíamos vivido. 

Já para Fernanda Garcez, a MP foi rígida e a sua perda de validade é considerado um retrocesso.

“A MP trouxe várias alternativas muito importantes naquele primeiro momento, quando estava todo mundo com portas fechadas sem saber o que fazer.”, disse Fernanda.

No período de tramitação, o Congresso acrescentou na MP diversas modificações. O relator no Senado votou pela aprovação de 47 emendas.

Entre elas estava a suspensão de recolhimento do FGTS e de contribuições previdenciárias até o final da pandemia. Isso causaria um impacto muito significativo nas contas públicas e dificultou a sua aprovação.

Outras medidas

Uma outra medida que também perdeu a validade, em novembro, foi a MP 905. Esse criava o contrato de trabalho verde e amarelo, que promovia uma reforma trabalhista menor.

Essa medida sofreu bastante resistência no Congresso e não seria aprovada a tempo. Com a derrota, o governo optou por revogar a MP quando ela estava prestes a caducar.

YouTube video player
Sair da versão mobile