Novas irregularidades são identificadas no pagamento do auxílio emergencial. Nessa quinta-feira (18), a Controladoria Geral da União (CGU) informou que mais de 300 mil servidores públicos estão recebendo o benefício sem ter direito. De acordo com o levantamento, foram liberados cerda de R$ 222 milhões a funcionários da rede federal, estadual e municipal, ao longo dos últimos dois meses.
O pagamento do coronavoucher, segundo o texto da medida provisória que o regulariza, só pode ser feito para os brasileiros em situação de desemprego que não apresentem uma renda fixa. No entanto, ainda assim as investigações em parceria com o tribunal de contas vêm encontrando uma série de fraudes.
Nos dados publicados pela controladoria, foram encontrados um total de 317.163 funcionários públicos na folha de pagamento do auxílio emergencial. Deles, 7.236 pagamentos foram destinados a servidores federais que possuem vínculo ativo no Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape).
Houve também envios para 17.551 militares da União, dentre ativos, inativos e pensionistas. Já na rede estadual e municipal, o benefício foi concedido para 292.376 agentes públicos, ativos, inativos e pensionistas.
Posicionamento da CGU sobre o pagamento do auxílio emergencial
Em nota, a Controladoria Geral da União informou que os números foram encontrados através de um cruzamento de dados realizado em parceria com os tribunais de contas estaduais e municipais e também pelas controladorias-gerais dos estados.
As informações são referentes aos depósitos feitos entre os dias 1 e 31 de maio, o que sugere números ainda maiores tendo em vista o recebimento da segunda parcela em junho.
A CGU informou ainda que a situação será encaminhada para os demais órgãos estaduais e municipais e também deverá notificar o Ministério da Cidadania para que sejam feitos os bloqueios, suspensões e devoluções desses valores.
“É possível que os servidores não tenham feito solicitação para o seu recebimento, mas que tenham sido incluídos como beneficiários do Auxílio Emergencial de forma automática por estarem no Cadastro Único para programas sociais ou por serem beneficiários do Programa Bolsa Família. Há ainda a possibilidade de que o CPF tenha sido inserido como solicitante do auxílio de forma indevida por outra pessoa e não necessariamente pelo próprio servidor”, afirmou a controladoria.