Hoje (17), o comitê de Política Monetária do Banco Central (Compom) se reune para discutir a redução da taxa Selic. Esta é a tarifa básica de juros da economia brasileira, que atualmente está em 3% e deve ser reduzida para 2,25% ao ano, de acordo com a projeção de grande parte dos economistas do mercado financeiro.
Caso a redução realmente aconteça, este percentual será o mais baixo da Selic desde 1999, quando começou a vigorar o regime de metas para a inflação. O anúncio da decisão do BC será às 18 horas.
A reunião do Copom acontece em meio a uma forte queda no nível de atividade econômica em todo o mundo causada pela pandemia do coronavírus, impactando os índices de inflação.
No Brasil, o governo já reconhece uma queda de 4,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020. Já os economistas do mercado financeiro apontam que a diminuição será de 6,5%.
A queda acentuada na atividade econômica esta causando uma redução nos preços. Em maio por exemplo, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), registou deflação de 0,38%. Este foi o segundo mês seguido de queda nos preços e o índice mais baixo desde agosto de 1998.
É estimado pelo mercado financeiro que o IPCA vai ficar entre 1,60% em 2020, abaixo do piso de 2,5 antecipado pelo sistema de metas.
A regra atual diz que o IPCA pode ficar entre 2,5% a 5,5% sem descumprir formalmente a meta. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta aberta ao público explicando motivos.
A meta das inflação é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou diminui a taxa básica de juros da economia (Selic).
Aplicações vão render menos com taxa Selic caindo
Esta queda estimada da taxa Selic vai afetar as aplicações financeiras como a caderneta de poupança, e os investimentos em renda fixa.
Na poupança por exemplo, a regra atual de remuneração prevê que os rendimentos estão ligados aos juros básicos sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.
Nesta condição, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual corresponte a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo Banco Central. Esta regra é válida somente para depósitos realizados a partir de 4 de maio de 2012.
Se o juro básico da economia recuar para 2,25% ao ano, a correção da poupança seria de 70% desse valor, o correspondente a 1,575% ao ano, mais a Taxa Referencial.