Comércio varejista sofre com pior queda em vendas dos últimos anos

A pandemia do coronavírus causou enormes prejuízos na economia e o comércio varejista do Brasil amargou uma queda de 16,8% no mês de abril, época que foi marcada pelo início das medidas de isolamento social em todo Brasil. Segundo o IBGE, este foi o pior resultado do setor desde o inicio da série histórica que começou em janeiro de 2000.

Comércio varejista sofre com pior queda em vendas dos últimos anos
Comércio varejista sofre com pior queda em vendas dos últimos anos (Foto: Google)

Em todos os segmentos analisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foram registradas quedas, até em setores classificados como essenciais em meio a pandemia, como Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,8%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-17%).

É a terceira vez desde o começo da série histórica que as oito atividades analisadas pelo IBGE registraram queda. O maior índice foi no setor de Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), na sequência vem o de Livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%).

Por fim, os ramos que também caíram foram Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-29,5%), Móveis e eletrodomésticos (-20,1%) e Combustíveis e lubrificantes (-15,1%).

Esse é o terceiro indicador que aponta os efeitos que distanciamento social causou na economia brasileira. O IBGE já havia comunicado que a indústria sofreu queda de 18,8% quando coparado a março, a pior da série histórica.

O mercado de trabalho também não saiu ileso e bateu recorde com 4,9 milhões de postos de trabalho perdidos no trimestre finalizado em abril. Desse número, o comércio foi o setor que mais foi impactado pela queda na população ocupada, com 1,2 milhão de empregos a menos.

Na última semana, o Banco Mundial estimou que a economia brasileira pode encolher 8% neste ano, um dos piores resultados em todo o mundo. De acordo com a instituição, a diminuição está ligada as medidas de isolamento social, aos investimentos em queda e redução nos preços de commodities. No começo do ano, a projeção era que o Brasil teria crescimento de 2%.

A partir da primeira morte ocasionada pelo Covid-19 no país em 17 de março, medidas pra conter o avanço da doença foram tomadas visando o comércio, como fechamento de bares, restaurantes e comércio foram adotados e causaram grandes perdas econômicas.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.