Mesmo com os programas de crédito para empresas que são divulgados pelo Governo Federal para apoiar os Microempreendedores Individuais (MEI), e as micro e pequenas empresas. Muitos dos empresários estão com muita dificuldade para conseguir o financiamento.
As empresas estão fechando, seus caixas estão vazios e mesmo assim há uma dificuldade para que seja tomado o crédito.
Um salão de beleza de São Paulo, que tem uma proposta de negócio que une salão e galeria de arte, está fechado desde o dia 19 de março. O comércio emprega 15 pessoas e recebia 700 clientes por semana.
A empresária, Anna Gadelha, entrou no Programa do Governo Federal que prevê a suspensão de trabalho de colaboradores CLT.
“Eles recebem dois meses de salário e garantimos os dois meses que não vão ser demitidos”, afirmou.
Ela pesquisou outras linhas de crédito para pequenos negócios: “Não vimos benefício. Nada diferente do que tinha antes. Pelo contrário, os pré-requisitos estão maiores, querem garantia. Optamos por não pegar empréstimo nesse momento”.
O pedido é realizado por esses empresários, mas a maioria sai dos bancos com as mãos vazias.
Uma pesquisa realizada pelo Sebrae e pela FGV, com mais de dez mil pequenos empresários, aponta que de 30 de abril a 5 de maio, 38% solicitaram crédito, 14% conseguiram e 86% tiveram pedido negado ou espera análise do banco.
Em entrevista ao G1, o especialista em crédito Richard Domingos afirmou que “O banco está restringindo créditos a empresários pela empresa estar negativada ou não ter documentação necessária pra tomar crédito”.
O analista sugeriu que antes de pedir o crédito para empresas, o empresário faça um planejamento financeiro para apresentar ao banco.
Isso pois acredita que o Pronampe, novo programa com linha de crédito para MEIs, micro e pequenas empresas, vai acelerar o processo quando entrar em operação.
“São créditos que vão chegar a R$ 15 bilhões disponibilizados pelo Governo Federal para empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano. Com taxa de juro muito baixa. O governo garante 85% desse crédito”, diz Richard.
A dona do salão em São Paulo, decidiu não pegar o empréstimo neste momento e fez a renegociação de contratos, para conseguir reduzir o valor do aluguel.
Além disso, ela criou um voucher com venda programada. O cliente compra hoje e usa o serviço no futuro.
Ana fez uma parceria com um aplicativo, para o cliente ganhar um cash back, ou seja, um dinheiro de volta.
Sendo assim, ao comprar um voucher de R$ 100, por exemplo, R$ 30 deles podem ser gastas nas lojas disponíveis no app. “Incentivou muito, 90% das vendas foi pelo aplicativo”, conta Anna.
A venda dos vouchers representa 6% do faturamento do salão, o qual ela usa para pagar os funcionários comissionados.