Mediante a crise econômica que está se espalhando pelo mundo, o governo federal vem elaborando uma série de medidas que têm como objetivo conter os impactos do coronavírus no mercado nacional. No entanto, especialistas afirmam que os projetos não estão contemplando os brasileiros de baixa renda, registrados no Cadastro Único, e que estes serão os mais afetados pela atual situação.
Somente nos últimos dias, Paulo Guedes já anunciou a injeção de aproximadamente R$ 147,3 bilhões na economia nacional para os próximos meses. Os pagamentos ocorrerão por meio de recursos como o FGTS, INSS, facilitando empréstimos e mais.
Porém, nenhum deles foi destinado para o grupo base do Bolsa Família e do Minha Casa Minha Vida, por exemplo.
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O ministro da economia, Paulo Guedes, prometeu R$3,1 bilhões para que sejam aceitos mais 1 milhão de pessoas no programa. No entanto, quem já é participante do mesmo não vai contar com nenhum reajuste de pagamento.
Cientes dos fatos, economistas vem estudando os efeitos que tais decisões ocasionarão para este grupo.
Muitos alegam que com os valores já ofertados e a crise de funcionamento dentro dos próprios projetos, milhares de brasileiros ficarão descobertos e sujeitos a miséria.
Os especialistas alegam que, ao beneficiar uma parcela da população com grande peso nas atividades econômicas, considerando o número de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza, o ministério da economia estaria ajudando a movimentar o mercado.
Propostas para amenizar crise aos mais pobres
Marcelo Medeiros, pesquisador do Ipea, sugeriu ações de contenção. Segundo ele, inicialmente é preciso achatar a curva da recessão, fazendo um investimento de R$ 15 bilhões ao ano no Bolsa Família.
Ele sugere um acréscimo de R$ 150 no pagamento dos cadastrados no BF durante os próximos 7 meses, de modo que eles possam movimentar o mercado.
Na sequência, sugere também a liberação de mais R$ 150 para aqueles que estão registrados no Cadastro Único, mas não foram aceitos pelo projeto. Ao todo, segundo um levantamento realizado pelo pesquisador, seriam contempladas 36 milhões de pessoas.
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A última etapa de seu plano teria como finalidade estender o benefício para ambos os grupos durante os próximos 12 meses, a medida em que o governo conseguisse desafogar seus cofres e aprovasse a liberação dos valores no Congresso.
Até então, o Ministério da Cidadania não se manifestou sobre, permanecendo com o pagamento já previsto na lei orçamentária.