Mercado brasileiro vive período de crise. Nos últimos dias, a Bolsa de Valores nacional (B3) vem vivenciando um período de turbulência e desvalorização. A instabilidade teve início logo após o anúncio da crise do petróleo e vem se intensificando com os desdobramentos do coronavírus. Somente nessa quinta-feira (12), a redução do Ibovespa foi de 14,78%, fazendo com que o circuit breaker fosse acionado duas vezes em menos de duas horas.
A situação, segundo especialistas, deve ser considerada a maior queda diária dos últimos 22 anos. Durante as negociações, por volta das 10h22, com uma queda de 11,65% foi realizada a primeira parada, com duração de 30 minutos.
Na sequência, por volta das 11h12, o recuo foi de 15,43%, a 72.026 pontos, fazendo com que o sistema acionasse uma pausa mais uma vez. Os negócios ficaram congelados por aproximadamente uma hora.
Leia também: Economia volta à recuperação com alta da Bolsa e diminuição do dólar
Histórico
A última vez em que o circuit breaker foi acionado dessa forma foi em 2008, no dia 6 de outubro. Na época, o motivo da crise estava relacionado a concessão do grau de investimento ao Brasil.
Na mesma semana, também foram registradas mais duas suspensões de negociações, fazendo com que o mercado ficasse parado 4 vezes pela primeira vez na história.
Antes disso, a maior queda já registrada foi no dia 10 de setembro de 1998, quando a bolsa despencou 15,82%. Para essa ocasião, a principal causa foi a crise econômica vivenciada na Rússia, que afetou o mercado internacional como um todo.
Sobre o circuit breaker
Trata-se de uma ação do mercado que tem como finalidade diminuir a queda das ações. Em períodos de crise e instabilidade, quando os valores dos investimentos começam a cair desenfreadamente, o sistema trava as negociações para que o número seja contido.
Leia também: Regra do BPC é alterada no Congresso e vai contra Bolsonaro
Normalmente, as pausas duram entre 30 minutos e 1 hora, tempo suficiente para que o mercado se estabilize e volte a circular. O recurso é visto como uma forma de contenção de dados da economia, fazendo com que as ações não sejam desvalorizadas drasticamente em um curto espaço de tempo.
Efeitos em 2020
Até agora, segundo os dados do mercado, as companhias com ações na bolsa já perderam cerca de R$ 489,2 bilhões, somente nessa quinta-feira (12). Entre elas, a Petrobras teve queda de 18,93%, a Azul PN de 31,57% e a Gol PN de 35,08%.