A região Nordeste teve a sua participação reduzida nas novas concessões de pagamento no Bolsa Família. Essa diferença despertou a reação dos parlamentares do Congresso e órgãos de controle.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) alertou que esse fato de diminuir a concessão para a região pode significar o rompimento com o governo.“Isso pode significar o rompimento do Nordeste com o governo federal”, avisou. A bancada do Nordeste tem 151 deputados e 27 senadores.
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Porém, o Ministério Público em conjunto com o Tribunal de Contas da União (MP-TCU), solicitou a abertura de uma auditoria para que possa realizar a verificação da regularidade das concessões do programa.
Tasso, foi o relator da reforma da previdência e é considerado um dos parlamentares alinhados com à agência de reformas da equipe econômica.
Ele divulgou em uma de suas redes sociais, um vídeo chamando essa distribuição menor de benefícios para o Nordeste de “extravagância perversa”. A região possui o maior número de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza no país.
No mês de janeiro, o governo priorizou o pagamento do Bolsa Família para as famílias das regiões Sul e Sudeste do país que ficaram com 75% das novas concessões, já as famílias do Nordeste responderam apenas por 3,0% das inclusões.
De acordo com o senador, ainda será solicitada a convocação do ministro da cidadania, Onyx Lorenzoni, ao Congresso Nacional para dar explicações sobre essas novas concessões do programa social. Ao ser convocado, o ministro não pode recusar, ele é obrigado a comparecer.
O subprocurador-geral do MP-TC, Lucas Rocha Furtado, solicitou a abertura de uma auditoria, alerta que uma “política discriminatória”, se for confirmada, irá configurar “flagrante desvio de finalidade pública”.
O Nordeste correspondia por 35% a 39% dos novos benefícios pagos por meio do Bolso ao longo do ano passado.
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O Ministério da Cidadania diz que “são priorizadas as cidades que apresentam menor porcentual de cobertura do programa frente à estimativa de famílias em situação de pobreza”. Mas a pasta não detalha as razões para a fatia do Nordeste ter caído mais de dez vezes num mês de maior liberação de benefícios.