Psicólogos afirmam que quem nasceu entre as décadas de 1960 e 1970 não “perdeu capacidades”, mas viveu mudanças profundas de contexto.
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Essas transformações sociais, tecnológicas e econômicas moldaram experiências emocionais específicas.
Entender esse cenário ajuda a explicar sentimentos comuns na vida adulta e na maturidade.
O que a psicologia chama de “perdas geracionais”?
Na psicologia social, o termo se refere a experiências que deixaram de existir ou se tornaram mais raras, não a falhas individuais.
Trata-se de efeitos de coorte, ou seja, quando um grupo cresce sob condições históricas semelhantes.
Comunidade e vínculos mais estáveis
Quem cresceu nos anos 60 e 70 viveu uma infância com maior convivência presencial. Com o tempo, houve redução de associações locais, vizinhança ativa e espaços coletivos.
Segundo estudos, essa perda de capital social impacta o sentimento de pertencimento e apoio emocional.
Previsibilidade de vida e carreira
Era mais comum imaginar um roteiro claro, estudo, emprego estável, aposentadoria.
A quebra desse modelo gerou adaptação constante, o que a psicologia associa a estresse prolongado e sensação de insegurança.
A transição brusca para o mundo digital
Essa geração viveu quase metade da vida sem internet e precisou se adaptar rapidamente.
Atenção fragmentada e menos descanso mental
O “estar sempre disponível” reduziu pausas cognitivas. Psicólogos apontam impacto direto na qualidade do sono e na percepção de tempo livre.
Perda de privacidade
A exposição digital e a pressão por resposta imediata mudaram limites pessoais. Isso afeta autoestima e comparação social.
Impactos emocionais mais citados
Pesquisas em saúde mental associam essas mudanças a alguns efeitos recorrentes:
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Sensação de solidão mesmo com vida ativa
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Cansaço emocional crônico
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Dificuldade de sentir propósito após certa idade
Na teoria de Erik Erikson, isso se relaciona ao conflito entre generatividade e estagnação, típico da meia-idade.
O que não significa “ter perdido”
Psicólogos alertam que esse debate não deve virar julgamento. Essa geração também desenvolveu resiliência, autonomia e capacidade de adaptação, qualidades essenciais no mundo atual.
Como lidar hoje, segundo especialistas
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Recriar vínculos sociais intencionais
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Estabelecer limites digitais
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Buscar atividades com senso de contribuição
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Valorizar experiências, não apenas produtividade
Para a psicologia, os nascidos nos anos 1960 e 1970 não perderam valor, mas atravessaram uma mudança histórica intensa.
Portanto, compreender esse contexto ajuda a ressignificar emoções e construir bem-estar no presente.
