Após fazer uma revisão no calendário de vacinação da Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, decidiu adiar o prazo final de aplicação da vacina no grupo prioritário. A imunização dessas pessoas estava prevista para se encerrar no mês de maio, mas agora foi prorrogada para setembro.
De acordo com o Ministério da Saúde, o grupo prioritário é composto por 77,2 milhões de pessoas. Na oportunidade, o ministro explicou que o atraso na aplicação das vacinas da Covid-19 ocorreu devido à falta de matéria-prima para a produção das vacinas Oxford, AstraZeneca.
Outro fator que também influenciou na prorrogação do calendário se refere ao atraso na entrega das doses pelo Covax Facility, um consórcio a nível mundial correspondente à vacinação, criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“O calendário é sujeito às entregas. O Covax Facility não nos entrega o que foi acordado. Também há carência de insumos e não é questão do Brasil, é mundial”, declarou o ministro.
O portal oficial do consórcio indica que 9,1 milhões de doses da vacina da Covid-19 foram destinadas ao Brasil. Desses, pouco mais de um milhão já chegaram em território brasileiro até o dia 21 de março.
Ainda assim, o Brasil tem sido o país mais lento na promoção da campanha de vacinação contra a Covid-19. Pelo menos, é o que diz uma apuração feita pelo The New York Times em parceria com o Our World in Data.
O Brasil está em quinto lugar na aplicação da vacina da Covid-19, sendo que até o momento o vacinômetro indica que apenas 11,72% da população brasileiro foi imunizada.
Ao analisar a situação em proporção à população nacional, a posição do país cai ainda mais atingindo o 56º lugar. Neste caso, nota-se que somente 4,3% da população já recebeu a primeira e a segunda dose da vacina.
Quanto à conclusão da vacinação no grupo prioritário, Queiroga diz que, ” a previsão é que isso ocorra antes, até porque o esforço [em obter mais contratos] deve resultar em novas doses de vacina. Não posso dizer taxativamente que tenhamos 40 milhões, 35, milhões e 45 milhões em maio porque depende da chegada de insumos no Brasil”.
Grupos prioritários da vacinação da COVID-19
Com base no Plano Nacional de Imunização (PNI), os grupos prioritários são compostos por:
- Idosos residentes de instituições de longa permanência;
- População indígena;
- Trabalhadores da área da saúde.
A meta com base na última atualização, no dia 15 de março, é vacinar cerca de 90% do grupo prioritário.
Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fontana, as pessoas mencionadas devem receber a primeira dose do imunizante até a primeira quinzena de junho e a segunda dose até o mês de setembro.
Isso porque, a vacina AstraZeneca produzida pela Universidade de Oxford, a mais aplicada no Brasil até então, requer um intervalo de três meses entre uma dose e outra. Enquanto isso, a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, exige apenas um intervalo de três semanas.
Comorbidades prioritárias para receber a vacinação da COVID
Outros grupos também devem ser inclusos nessa lista, e ganharão prioridade na vacinação.
- Anemia falciforme;
- Arritmias cardíacas: fibrilação e flutter atriais; e outras;
- Cardiopatias congênita no adulto: crises hipoxêmicas, insuficiência cardíaca, arritmias e comprometimento miocárdico;
- Cirrose hepática;
- Cor-pulmonale;
- Diabetes mellitus;
- Dispositivos cardíacos implantados: marca-passos, cardio desfibriladores, ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência;
- Doença cerebrovascular: acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico, ataque isquêmico transitório ou demência vascular.
- Doença renal crônica;
- Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas: aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos;
- Hipertensão Arterial;
- Hipertensão pulmonar;
- Insuficiência cardíaca;
- Miocardiopatias;
- Obesidade mórbida;
- Pericardiopatias;
- Pneumopatias crônicas graves: doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave;
- Próteses valvares: biológicas ou mecânicas;
- Síndrome de Down;
- Síndromes coronarianas: Angina Pectoris estável, cardiopatia isquêmica, pós Infarto Agudo do Miocárdio, entre outras;
- Valvopatias: estenose ou insuficiência aórtica, estenose ou insuficiência mitral, estenose ou insuficiência pulmonar, estenose ou insuficiência tricúspide, e outras.