O governo autorizou no início do mês passado, que os bancos concedessem mais três meses para que as micro e pequenas empresas começassem a quitar os empréstimos realizados através do Pronampe. Porém, quem solicitar mais prazo, terá a quantidade de parcelas diminuída e consequentemente pagará mais todo mês. Os juros não mudam.
A princípio, o período de carência, que significa, o tempo entre a contratação do empréstimo e o pagamento da primeira parcela, era de no máximo 8 meses. Agora com este prazo ampliado, a carência pode ser de até 11 meses.
A decisão de conceder ou não este prazo adicional é do banco. Segundo informações, a Caixa Econômica Federal e o Itaú ainda não estão concedendo este aumento no prazo.
O que ainda faltava ser explicado para os empresários e que se caso eles solicitassem esse prazo a mais, as parcelas do financiamento seriam reduzidas.
Um empresário que contratou, por exemplo, um financiamento do Pronampe em 30 vezes e que começaria a pagar o empréstimo em março pode pedir que a primeira parcela vença só em junho (três meses a mais de carência). Porém, com isso, terá de pagar o financiamento em 27 parcelas.
Empresários se decepcionam com condições
As condições decepcionaram os clientes que já contataram o banco para solicitar o adiamento da primeira parcela.
A dona de restaurante, Emi Otani, emprestou R$ 100 mil pelo Pronampe no Bradesco, e pagaria a primeira parcela em abril. Ela conta ao portal UOL que foi pega de surpresa com as condições do benefício: com o aumento do prazo, o valor das parcelas subiu 11%.
“A gente não sabe direito até quando vão essas restrições [da pandemia]. Pode ser que em três meses as coisas melhorem, mas e se não for assim?”, disse.
Pontos positivos do aumento de prazo de carência
Melissa Penteado, Ceo do grupo proScore, avalia que o aumento do período de carência é uma boa oportunidade para que as empresas preservem sua reputação financeira e o seu poder de negociação em meio a crise econômica.
“Se a empresa está com a sua capacidade produtiva afetada, não consegue ter a garantia de que, em três meses, vai ter faturamento suficiente para pagar a parcela [com valor maior]. Por outro lado, são três meses para impulsionar o negócio. É um tempo de manobra que pode ser muito interessante”, disse.