Durante o ano de 2020, foi registrada uma defasagem de 113,09% da correção da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), segundo um levantamento feito pela Diretoria de Estudos Técnicos do Sindifisco Nacional. Com o resultado, o contribuinte passa a pagar mais imposto que anteriormente.
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020 teve um aumento de 4,52%.
A alta na inflação anual ampliou a diferença entre o IPCA acumulado nos últimos 24 anos e a correção da tabela do IRPF.
Caso a tabela do Imposto de Renda tivesse correção pela inflação acumulada, as pessoas que ganhassem até R$ 4.022,89 estariam isentas do pagamento do tributo.
Atualmente, a renda mensal para a isenção do imposto é de R$ 1.903,98. Ou seja, o valor atual é menos da metade do considerado ideal para a sociedade.
A tabela atual ainda prevê uma alíquota de 7,5% aos contribuintes com rendimentos entre R$ 1.903 e R$ 2.826,65. Segundo o estudo do Sindifisco, a correção pelo IPCA resguardaria a alíquota de 7,5% aos contribuintes que recebem entre R$ 4.022,90 e R$ 5.972,39.
A última vez que o IR teve atualização da tabela foi em 2015. Nos últimos 24 anos, a correção esteve acima da inflação em apenas cinco vezes. Esse resultado revela um aumento na desigualdade social. A população com salários menores segue com parte considerável da tributação.
Bolsonaro pretende aumentar a isenção do Imposto de Renda para R$ 3 mil
Na última quinta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que deseja aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 3 mil em 2022. Durante a campanha eleitoral, o presidente havia indicado o interesse de aumentar o valor de isenção para R$ 5 mil.
Bolsonaro alegou que o governo não conseguiu implementar a mudança na tabela por conta da pandemia de covid-19. Ele argumentou que o país teve um endividamento de R$ 7 bilhões.
Essa dificuldade financeira teria sido o motivo para a alteração nas regras do Impostos de Renda. Há alguns dias, Bolsonaro alegou que o “Brasil está quebrado” e que não conseguiria “fazer nada” na economia. Apesar desse discurso, o presidente voltou a sugerir mudança na tabela.