- Depois de 22 dias em apagão, energia é reestabelecida no Amapá;
- População deverá ficar isenta das tarifas do mês de novembro;
- Governo avalia a liberação de auxílios para reparação de danos.
Depois de 22 dias sem energia elétrica, moradores do Amapá têm sistema reestabelecido. Nesta terça-feira (22), foi resolvida a situação dos transformadores que geraram um apagão em todo o estado. Dessa forma, a população saiu do sistema de rodizio e voltou a ter acesso a energia em tempo integral. O governo também anunciou medidas quanto as contas e tarifas de novembro.
Durante as últimas semanas o Amapá viveu a maior crise elétrica de sua história. Após um incêndio gerado em uma das maiores distribuidoras do estado, localizada em Macapá, o estado conseguiu reestabelecer o sistema de distribuição gerando luz nas 13 cidades que vivenciaram o apagão.
O processo de retomada da energia foi feito durante a madrugada dessa terça-feira (22), através da instalação de um segundo transformador na subestação de Macapá. De acordo com a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), todo o problema foi resolvido, de modo que as cidades não corram mais o risco de quedas.
“O rodízio do fornecimento de energia foi oficialmente encerrado. (…) Com este transformador operando, o fornecimento foi garantido em 100% para atender os 13 municípios que foram afetados com o acidente na Subestação Macapá no dia 3 de novembro”, declarou a CEA em nota.
O ministério de Minas e Energia também se pronunciou, assegurando que a situação teria sido resolvida. No twitter oficial da gestão pública, a equipe de comunicação esclareceu:
“O transformador energizado nesta madrugada foi instalado na principal subestação do estado, que faz o Amapá ter acesso ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), responsável pela subestação, tinha até esta quinta-feira, dia 26, para realizar a energização do transformador.”
Governo anuncia liberação R$ 80 milhões para isenção das tarifas de novembro
Com o sistema em funcionamento normal, o governo federal informou também que estará liberando R$ 80 milhões para suprir os valores das contas de energia a serem cobrados aos moradores.
A ideia que é o mês de novembro não seja taxado nas cidades que sofreram o apagão. Dessa forma, a gestão pública estaria liberando tais recursos para que as distribuidoras consigam suprir a ausência das contas.
A liberação ocorrerá por meio da validação de uma medida provisória de crédito extraordinário. Nesse caso, a União ficará responsável por custear os R$ 80 bilhões sem que esse valor seja aplicado no teto de gastos federais.
O valor deverá ser depositado na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), o fundo que banca as políticas do setor elétrico. Dessa forma, o custo do apagão não deverá ser de responsabilidade da sociedade.
Moradores clamam por novos auxílios
Ainda que os valores das contas de energia não sejam cobrados, moradores seguem clamando por ajuda dos gestores. Muitos afirmam terem tido prejuízos quanto a perda de produtos e serviços, tendo em vista que os negócios ficaram paralisados por quase 30 dias.
Para quem trabalha no mercado de alimentos, por exemplo, houve um grande índice de perda tendo em vista que os refrigeradores não funcionavam. Há ainda queixas de cidadãos que tiveram os eletrodomésticos queimados, entre outros casos.
Como forma de auxiliar nesse processo, o governo cogitou a possibilidade de criar parcelas extras do auxílio emergencial apenas nessa região.
Entretanto, a medida foi reprovada pela justiça na qual afirmou que o programa do coronavoucher deveria ser destinado apenas sob o caso do novo coronavírus.
Contrapartida, o ministro da economia, Paulo Guedes, anunciou estar trabalhando na possibilidade de autorizar saques no FGTS desses cidadãos.
De acordo com ele, a medida não geraria despesas nos cofres públicos e ainda possibilitaria os prejudicados de terem dinheiro de emergência para a reparação dos danos.
Guedes reforçou ainda que a liberação seria legal, tendo em vista que as normas do FGTS autorizam saques em caso de emergência e acidentes naturais, como incêndios.
Até o momento, sua sugestão não foi validada e a sociedade segue no aguardo dos recursos. A expectativa é que novos informes sejam liberados ainda nesta semana.