- A economia do país está se recuperando mais rápido que o esperado;
- O saque do FGTS emergencial e o auxílio emergencial são os principais responsáveis;
- A economia está em V, o que significa queda e ascensão rápida.
Mesmo que o valor do auxílio emergencial tenha sido cortado pela metade, o governo espera que isso não afete o desempenho da economia no quarto trimestre deste ano. Bem como, os saques do FGTS emergencial que terminam nesse mês com os nascidos em novembro e dezembro. Este foi um ano atípico, em que a pandemia agravou a crise econômica.
De acordo com a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia o cálculo é que cerca de R$130 bilhões devem ser injetados na economia até o final do ano. As principais fonte serão o auxílio emergencial e o saque emergencial do FGTS.
Com isso, devem garantir a continuidade da retomada da economia no últimos meses do ano.
Em nota, a SPE informou que “Uma conta conservadora nos leva a concluir que em decorrência do AEI [auxílio emergencial aos informais], da extensão do AEI [no valor de R$ 300] e do saque emergencial do FGTS ainda podem ingressar mais de R$ 130 bilhões na economia até o final do ano. Motivo esse que nos parece suficiente para garantir um quarto trimestre em linha com a retomada da economia”.
Até o final da próxima semana, a secretaria deve divulgar as projeções do desempenho da economia durante este ano de pandemia.
A espera é que o percentual atual tenha uma melhora, já que o Produto Interno Bruto (PIB) está com queda de 4,7%.
Já o mercado financeiro espera que a queda seja de 4,8%, segundo o boletim Focus, que foi divulgado na segunda-feira (9) pelo Banco Central.
O governo interpretou que a pior fase da pandemia já passou, sendo assim, no segundo trimestre deste ano a atividade econômica está retornando aos patamares da pré-crise do coronavírus.
Os setores que menos foram afetados por conta do isolamento social e que conseguiram continuar funcionando mesmo com o isolamento ou aqueles que tiveram um fechamento rápido tiveram um bom desempenho, estão puxando o restante da economia. Como indústria, construção civil e agronegócio.
No mês de setembro, a produção industrial cresceu em torno de 2,6% com relação a agosto na série com ajuste sazonal.
Neste resultado, a produção industrial superou em 0,2% o patamar anterior à pandemia, eliminando perdas de 27,1%, acumuladas em março e abril.
Qual o papel do auxílio emergencial e do FGTS?
Ambos os benefícios estão ajudando no aquecimento da economia, que está tendo uma retomada em ‘V” conforme analisou o ministro Paulo Guedes.
Isso quer dizer que a economia tem uma queda rápida, e com a mesma velocidade ela tem a ascensão. Algo parecido com a escrita da letra.
Segundo a Secretaria de Política Econômica, ainda falta pagar parcelas de R$ 600 para algumas pessoas.
O governo pagou cinco parcelas de R$ 600 para os beneficiários, porém alguns tiveram os seus cadastros aprovados há poucos meses, por isso ainda estão recebendo. No mês de outubro, restavam R$ 14 bilhões a serem pagos, segundo a SPE.
Apesar das parcelas extras caindo pela metade, ou seja, no valor de R$300, o benefício vai garantir que sejam injetados R$59 bilhões na economia neste último semestre.
A secretaria está calculando que as parcelas que estão sendo pagas foram poupadas e devem ser gastas no final deste ano.
“Nos parece que uma estimativa conservadora poderia facilmente colocar outros R$ 50 bilhões nessa conta”, espera a SPE.
Uma outra medida que está ajudando a injetar dinheiro na economia é o saque emergencial do FGTS.
No qual os trabalhadores com contas ativas e inativas podem realizar o saque de até R$1.045.
Ao todo, são disponibilizados para saque R$ 37,8 bilhões para aproximadamente 60 milhões de trabalhadores. As expectativas são que ao menos R$ 15 bilhões vão ser sacados.
“Apesar de não termos informações detalhadas do quanto desse recurso já foi sacado, podemos usar a experiência passada para inferir que cerca de 40% desses R$ 37,8 bilhões ainda não foram sacados. Uma estimativa conservadora nos levaria então a assumir que ainda restam ao menos R$ 15 bilhões a serem sacados em decorrência do saque emergencial do FGTS”, diz a secretaria.