Auxílio emergencial pela metade e alta dos alimentos ameaçam consumo dos mais pobres

Decisão de reajustar o valor do auxílio emergencial deverá impactar na mesa dos brasileiros. Nas últimas semanas, o governo federal informou que irá reduzir em R$ 300 a quantia das novas parcelas do coronavoucher. Desse modo, analistas econômicos e representantes da sociedade civil afirmam que deverá ocorrer uma queda brusca na compra de alimentos, tendo em vista a elevação de preços aplicada nos últimos dias.

Auxílio emergencial pela metade e alta dos alimentos ameaçam consumo dos mais pobres (Imagem: Google)
Auxílio emergencial pela metade e alta dos alimentos ameaçam consumo dos mais pobres (Imagem: Google)

Com a liberação do auxílio emergencial, o preço de produtos básicos como arroz, feijão e farinha cresceram consideravelmente. O assunto virou pauta em foco na última semana, quando o arroz bateu um valor a mais de 15%.

Desde então, muitos estão se questionando sobre como será possível manter a feira tendo em vista a redução de pagamentos e aumento das despesas.

— Aumentou 15% nessa semana (passada). As fábricas já mandaram (a farinha) com essa alta. O fardo de arroz saiu de R$ 70 para R$ 140 — contou Jefson do Nascimento, gerente de um atacado em São Raimundo Nonato, maior cidade próxima de Guaribas, responsável por abastecer mais de 900 mercados num raio de 630 quilômetros no sudeste do Piauí.

O gerente explica que o comércio deverá sentir um impacto grave com o corte das transferências de renda.

Em sua região, São Raimundo, são mais de 30 mil habitantes e a grande maioria, cerca de 47%, dependem de projetos como o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial.

Queda de vendas

A expectativa é que para os próximos meses as vendas caiam em 35%. Espera-se que itens básicos como farinha de milho, café, entre outros, deixem de fazer parte da mesa do brasileiro até que a crise de restabeleça.

Questionado sobre a elevação dos preços, o ministro da economia, Paulo Guedes, informou que se trata de um aumento temporário, pois os cidadãos passaram a ter melhores condições em comparação as vendas antes do auxílio.

Somente no mês de agosto, a inflação nacional chegou a uma marca de 0,78%, enquanto o índice geral foi de 0,24%, de acordo com o IBGE. Em 12 meses, a inflação acumulada de 2,44% é a metade da alta de alimentos e bebidas: 4,91%.

— Até o cuscuz subiu (de preço). O gás também. Se continuar nesse preço, vou ter que voltar para a lenha. Tudo aumentou, e o auxílio caiu. Se os preços não baixarem, o jeito vai ser comer um pouco menos — diz Lídia da Rocha, dona de casa beneficiada com o auxílio.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.