Moeda americana começa a se recuperar após período de desvalorização intensa. Nessa terça-feira (16), o dólar apresentou índices elevados, retomando o patamar de R$ 5,23. Na manhã de quarta-feira (17), o valor não era muito diferente, valendo R$5,24. Um dos principais motivos do avanço foi o pronunciamento do governo americano, afirmando que o país está finalmente saindo da pior crise econômica em tempos de coronavírus. De acordo com os gestores, a partir das próximas semanas haverá um processo de volta a normalização nos setores do mercado.
Até as últimas semanas, a avaliação para o cenário americano era caótica e de muitas incertezas. Sendo um dos países mais afetados pela pandemia, diversas cadeias produtivas foram paralisadas. Isso fez com que os investidores desviassem o fluxo de recursos para as bolsas internacionais.
Inicialmente, segundo os economistas, apostar nos mercados de câmbio era visto como um risco, levando em consideração os próprios pronunciamentos de crise realizados pelo chair do FED (Banco Central dos Estados Unidos unidos), Jerome Powell. No entanto, com a retomada das atividades, a instituição deu início a um processo de reconciliação da segurança da moeda.
Em entrevista, Powell afirmou que não considera positiva a proposta de juros negativos e que por isso ainda não há decisões concretas sobre o controle da curva de Treasuries. Além disso, reforçou que o banco central deve desacelerar as compras de títulos corporativos individuais de acordo com os avanços do mercado.
Avaliação internacional do dólar
No cenário exterior, o dólar também segue instável. Em Pequim e na China, foram propostas restrições de viagens por causa da proliferação da pandemia, fazendo com que houvesse uma menor rotação da moeda. Já no Brasil, a crise política é a principal responsável pela instabilidade, tendo em vista que o cenário atual reflete sobre os investimentos internacionais.
Opinião dos analistas
Em meio a essa fase de oscilação e estudo ainda dos efeitos da pandemia nas taxas de câmbio, especialistas afirmam que cada vez mais é preciso tomar cuidado com o otimismo do mercado nas fases de retomada, sob a justificativa de que a pandemia segue em circulação por tempo indeterminado.
“Ainda vejo desafios pela frente e uma recuperação muito heterogênea da economia, uma vez passados esses efeitos iniciais. O mercado tem sim motivos para celebrar, mas precisamos sempre medir o que já está no preço em cada momento do tempo”, disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.