Anúncio de ‘quarentena inteligente’ causou preocupação em parte da população. O tamanho geográfico brasileiro faz com que diferentes cidades e estados estejam em fases muito diferentes da epidemia do coronavírus.
Essa diferença faz com que decretar as mesmas regras de quarentena para todas as regiões não seja a estratégia mais eficiente.
Enquanto as cidades menos afetadas podem estar com medidas em excesso, os lugares mais afetados também não cumprem o isolamento necessário.
Para resolver esse problema é que muitas autoridades começam a discutir e implementar o sistema de quarentena inteligente.
Neste sistema de isolamento, cada região determina os níveis de isolamento de acordo com a sua situação.
Assim as regiões com menos casos e leitos hospitalares vagos podem começar a flexibilizar as medidas de isolamento.
Como a opinião popular influencia a decisão
Desde o início da epidemia no Brasil foi possível observar muitas pessoas se manisfestando contra ou a favor das medidas de isolamento.
Nos locais em que as medidas pareciam desnecessárias, muitos passaram a acreditar que a crise em si era superestimada.
Os mais afetados com as paralisações como: Comerciantes, empresários e autônomos, cobravam das autoridades uma previsão de quando poderiam retomar as suas atividades, evitando quedas ainda maiores nos faturamentos.
A queda de braço recente entre o governo federal e os estados também colocou muitos brasileiros contra as medidas de isolamento.
De maneira geral, essa opinião contrária à quarentena também pressiona os governadores para flexibilizar o isolamento assim que possível.
Por outro lado, mesmo com diferentes opiniões políticas, os números da epidemia no Brasil ficam mais graves a cada dia.
Colocado por muitos especialista como um possível próximo foco global da doença depois dos EUA conseguirem estabilizar os casos.
É seguro sair agora da quarentena?
Como falamos, a imensidão geográfica do nosso país faz com que exista uma enorme diferença entre cidades. Enquanto algumas cidades já estão com 100% dos leitos de UTI ocupado, outras tiveram um número muito baixo de casos.
Enquanto não conseguirmos diminuir a transmissão da doença e frear o crescimento de casos, a saída da quarentena deveria ser um assunto de segunda importância.
Afinal de contas, não é de se esperar que uma retomada às pressas faça os clientes voltarem a comprar da mesma maneira.
Permitir que todos os comércios e estabelecimentos brasileiros voltem a funcionar de uma vez não garante que as pessoas também vão voltar a comprar e consumir.
Esse tipo de medida apenas deixaria mais pessoas em circulação, aumentaria o número de casos e agravaria ainda mais a crise econômica.
Como a quarentena inteligente pode melhorar os índices de isolamento
A maioria dos projetos de quarentena inteligente estabelece critérios práticos para determinar quais cidades podem flexibilizar o isolamento.
Acompanhando o número de casos e taxa de ocupação dos leitos de UTI é possível determinar em quais locais o isolamento não é mais necessário ou medidas ainda mais restritivas devem ser tomadas.
Dar mais autonomia e transparência para que os municípios façam esse tipo de acompanhamento pode fazer com que a população finalmente entenda que quanto mais rápido frearmos o avanço da doença, mais rápido poderemos ir voltando à normalidade.
Além de acalmar os ânimos de quem precisa voltar ao trabalho, já que com a quarentena inteligente todos saberão quais os critérios necessários para que as atividades sejam retomadas.
Pegando o exemplo do projeto do estado de São Paulo que começa a vigorar em junho, temos 4 níveis de isolamento. As chamadas zona de controle vão de 1 a 4 em escala decrescente de isolamento.
Para definir em qual zona cada cidade se encaixa o critério com maior peso é percentual de ocupação dos leitos de UTI, aumento de casos nos últimos 7 dias e outros critérios também são levados em conta.
Confira como funciona cada zona:
- Zona 1: Alerta Máximo – Manutenção do decreto de quarentena atualmente em vigor
- Zona 2: Controle – Retomada com restrições de comércios de rua, escritórios, shoppings, concessionárias e atividades imobiliárias
- Zona 3: Flexibilização – Reabertura dos serviços não essenciais, bares, salões de beleza e restaurantes poderão funcionar com horários reduzidos
- Zona 4: Abertura parcial – Aumento dos horários de funcionamento, academias e centros esportivos poderão voltar às atividades.
Confira os critérios divulgados pelo governo do estado: