Valor do Bolsa Família de setembro gera polêmica entre os beneficiários

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) trouxe revelações cruciais para os beneficiários do Bolsa Família no próximo ano. Lamentavelmente, o documento não reserva recursos para reajustar os pagamentos do programa em 2024.

Valor do Bolsa Família de setembro gera polêmica entre os beneficiários
Valor do Bolsa Família de setembro gera polêmica entre os beneficiários. (Imagem: FDR)

Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recentemente modificou a isenção do Imposto de Renda, mas não efetuou mudanças nas faixas de tributação. Paralelamente, o Governo Federal já definiu que o valor-base do Bolsa Família permanecerá em R$ 600 para o próximo ano, com a possibilidade de bônus de até R$ 200.

A aprovação do orçamento para o próximo ano é um requisito para o encerramento do ano legislativo, permitindo que deputados e senadores entrem em recesso. Também é assim que se define a quantia a ser paga em benefícios como o famoso Bolsa Família.

Caso a aprovação não ocorra até dezembro, o governo deve executar 1/12 do orçamento anual a cada mês. A liberação do orçamento completo só acontece após a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No que se refere ao Bolsa Família, o Executivo não propôs aumentos salariais na proposta orçamentária. O Ministério do Planejamento assegurou que a ausência de reajuste não implica em desconsideração do programa como prioridade.

Reajuste salarial do Bolsa Família foi prometido por Lula

Em março deste ano, logo que relançou o Bolsa Família em novo formato, Lula disse que pretende corrigir anualmente o valor do benefício, em um processo semelhante ao que acontece com o piso nacional. 

O projeto de lei nº 585/23 propõe a atualização anual dos valores pagos através do Bolsa Família. O texto segue em análise da Câmara dos Deputados, podendo abranger qualquer transferência de renda que venha a substituir o atual benefício no futuro. 

Pela proposta, os benefícios pagos pela União deverão ser corrigidos anualmente pela inflação acumulada nos 12 meses anteriores. Além disso, caso a variação do Produto Interno Bruto (PIB) no ano imediatamente anterior tenha sido positiva, poderá haver aumento real, igual àquela taxa de crescimento da economia.

O reajuste pela inflação considerará o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou então o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), valendo a maior variação acumulada no período entre os dois indexadores.

Quem tem direito ao novo Bolsa Família?

Tem direito toda família com renda mensal de até R$ 218 por pessoa. Isso significa que a renda somada de todos os integrantes da família dividida pelo número de pessoas deve ser menor que R$ 218.

Considere o exemplo de uma mãe que cria sozinha três filhos pequenos. Trabalhando como diarista, ela ganha R$ 800 por mês. Como os filhos não trabalham, esses R$ 800 são a única renda da família. 

Dividindo R$ 800 (renda total) por quatro (número de pessoas na família), o resultado é R$ 200. Como R$ 200 é menor que R$ 218, essa mãe e seus três filhos têm direito a receber o Bolsa Família.

Quais são as regras do novo Bolsa Família?

As famílias devem cumprir compromissos nas áreas de saúde e de educação. São elas:

  • Realização do acompanhamento pré-natal;
  • Acompanhamento do calendário nacional de vacinação;
  • Realização do acompanhamento do estado nutricional das crianças menores de 7 anos;
  • Frequência escolar mínima de 60% para as crianças de 4 a 5 anos, e de 75% para os beneficiários de 6 a 18 anos incompletos que não tenham concluído a educação básica;
  • A família deve sempre manter atualizado o Cadastro Único (pelos menos, a cada 24 meses).

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.