A inflação brasileira vinha desacelerando desde fevereiro. Porém, neste mês voltou a acelerar puxado pelo grupo de Transportes (1,50%) e com destaque para a gasolina (4,75%). Com isso, os preços voltaram a subir e brasileiros vão precisar preparar o bolso para a compra de alguns produtos e serviços.
O preço da cesta dos produtos mais consumidos no país subiu 0,12% em julho. O percentual foi divulgado na sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele diz respeito ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil, servindo como referência para o regime de metas do Banco Central (BC). No acumulado de 2023, o centro da meta perseguida pela autoridade monetária é de 3,25%.
O índice considera para mapeamento do aumento, diminuição ou estabilidade geral nos preços, os custos com alimentação e bebidas, habitação, saúde, transportes, educação, e outros.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE para o cálculo do IPCA, cinco tiveram alta em julho. Mas, também houve deflação (queda) em alguns produtos.
O resultado de julho veio acima da expectativa de mercado, que era de uma alta de 0,07% no mês. Mas analistas entendem que o resultado geral veio benigno, por conta de uma desaceleração na inflação de serviços.
Grupos que compõem o IPCA e tiveram seus preços reajustados
Em julho, cinco dos nove grupos do IPCA tiveram alta. Além de transportes, houve alta em saúde e cuidados pessoais e despesas pessoais. Já grupos importantes como alimentação e bebidas e habitação tiveram quedas.
- Alimentação e bebidas: -0,46%;
- Habitação: -1,01%;
- Artigos de residência: 0,04%;
- Vestuário: -0,24%;
- Transportes: 1,50%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,26%;
- Despesas pessoais: 0,38%;
- Educação: 0,13%;
- Comunicação: -0,00%.
A alta da inflação foi puxada principalmente pelos transportes, que registraram alta de preços de 1,50% em julho, influenciado principalmente pelo aumento de 4,75% na gasolina. Também tiveram inflação o gás veicular (3,84%) e o etanol (1,57%), além da passagem aérea (4,97%) e os automóveis novos (1,65%).
Os alimentos continuaram registrando deflação (queda de preços), ajudando a evitar uma alta maior do IPCA. O grupo alimentação e bebidas registrou variação de -0,46%, puxado por itens como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%).