Conhecido como “a inflação do aluguel“, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), o índice atingiu em abril sua primeira marca negativa desde fevereiro de 2018: -2,17% no acumulado em 12 meses. Isso pode influenciar no bolso de muitos brasileiros.
O índice tradicionalmente usado para corrigir contratos de locação está negativo pela primeira vez desde fevereiro de 2018. Devido a forma como o IGP-M é composto, ele é mais sensível ao dólar. Com a desvalorização da moeda diante do real, entre outros fatores, o indicador fechou em queda de 2,17% no acumulado de 12 meses encerrados em abril.
Na teoria, se um contrato de aluguel tivesse o reajuste marcado para a partir de abril, considerando a variação negativa do IGP-M, ele deveria ficar mais barato. Porém, isso pode não acontecer a depender das cláusulas, muito comuns em contratos, que indicam que os reajustes só devem ser feitos quando o índice ficar no positivo.
A notícia pode não ser das melhores para quem aluga e/ou vai alugar, mas olhando por uma perspectiva diferente, o aluguel não irá subir. Nesses casos, de variação negativa, o ajuste fica em zero. Outro fator muito importante é saber se o índice usado para corrigir o contrato de locação é realmente o IGP-M.
Até a pandemia, ele costumava ser realmente o “índice do aluguel”, sendo o mais comum em contratos privados. Acontece que, durante o isolamento, o IGP-M chegou a disparar 37% em 12 meses, tornando as negociações de reajuste praticamente inviáveis em um momento de fragilidade econômica.
Durante a pandemia, várias imobiliárias mediaram a negociação para troca do índice de muitos contratos para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para alguns inquilinos, a mudança ocorreu automaticamente, de forma a beneficiá-los. Outros puderam escolher.
Qual a probabilidade de haver mudança no índice do aluguel?
O IGP-M e o IPCA não são os únicos indexadores usados em contratos de aluguéis, outros indicadores como IVAR (Índice de Variação de Aluguéis Residenciais, calculado pelo FGV IBRE), o IPC: Índice de Preços ao Consumidor, divulgado pela FIPE) e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, divulgado pelo IBGE) também são opções.
Apesar de neste momento o IGP-M estar mais baixo, ele acaba sendo mais volátil e difícil de prever, devido variar de acordo com o dólar. Dessa forma, o inquilino e o proprietário têm mais risco diante de contratos ajustados por este índice. No longo prazo, também é possível que ele aumente para além dos demais índices.
No caso do IPCA, ele é constantemente revisado e há inúmeras previsões (que mudam semana a semana) para entender como ele deve se comportar. O Banco Central também tenta mantê-lo controlado, a partir da política monetária.