Com o retorno do Bolsa Família ao país, a atual equipe do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) tem anunciado uma série de novidades para o programa. Primeiro foi o bônus financeiro para crianças, em seguida o pente-fino com bloqueios dos irregulares. Agora, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda uma parceria inédita que vai mudar as regras atuais do benefício.
Na última terça-feira, 25, o ministro do MDS, Wellington Dias, informou que o governo federal está estudando a parceria com empresas privadas a fim de oferecer vagas de emprego para o Bolsa Família. De acordo com Dias, das 55 milhões de pessoas que hoje recebem o programa, há pelo menos 27,5 milhões em idade de trabalhar. “(…) querendo trabalhar, querendo empreender, e não tem uma oportunidade”, disse o ministro.
Um dos empecilhos para que essas pessoas encontrem um emprego formal é a insegurança em abandonar o recebimento do auxílio social, e ter instabilidade no mercado de trabalho. Isso porque, quem atua com carteira de trabalho assinada não pode receber o Bolsa Família se ultrapassar o limite de renda de R$ 218 mensal por pessoa. Como o salário mínimo é de R$ 1.302, o cálculo per capita acaba ultrapassando a renda permitida.
A ideia é garantir que essas pessoas consigam um emprego formal, tendo a segurança da durabilidade desse salário. Na prática, o valor pago pelo benefício de assistência que é de R$ 600 fica abaixo do atual salário mínimo, logo seria mais vantajoso financeiramente para a família que um ou mais membros conseguissem um emprego.
Vagas de emprego para inscritos no Bolsa Família
Wellington Dias explica que hoje muitas pessoas que estão inscritas no Cadastro Único não têm necessariamente um baixo nível de escolaridade. No início dessa plataforma a grande maioria dos inscritos eram analfabetos, mas atualmente há pessoas com ensino médio completo e até mesmo pós-graduadas.
Isso significa que o motivo que as leva a depender da ajuda do poder público é a falta de oportunidade de crescer no mercado de trabalho. “Não é fraude, é porque não encontra uma oportunidade”, disse o ministro. A ideia então é que as empresas parceiras do governo federal possam contratar inscritos no Bolsa Família e Cadastro Único que são qualificados.
O objetivo é de que essas pessoas deixem de receber o Bolsa Família, conseguindo estabilidade financeira. Com a vaga em aberto, novas famílias que necessitam da ajuda financeira poderiam ser aceitas no programa. A primeira parceria já foi feita com a rede de supermercados Carrefour que comprometeu-se em reservar um número de contratações para pessoas de baixa renda.