Cesta básica mais cara? Veja quais alimentos subiram e desceram de preço

Pontos-chave
  • A apuração de preços dos itens que compõem a cesta básica mostra aumento de valores;
  • Alguns produtos ganham destaque no aumento de preço;
  • O salário mínimo se mostra insuficiente para gastos básicos.

Basta ir ao supermercado para ser surpreendido com o valor mais alto dos alimentos. A oscilação de preços está cada vez mais comum, ainda assim, os brasileiros não conseguem acompanhar essa mudança e sentem o impacto do valor da cesta básica no seu orçamento. Fazem parte dessa cesta os itens básicos para sobrevivência da família, incluindo alimentos e itens de higiene.

Cesta básica mais cara? Veja quais alimentos subiram e desceram de preço
Cesta básica mais cara? Veja quais alimentos subiram e desceram de preço (Imagem: FDR)

Algumas instituições de pesquisa apuram o valor dos produtos que compõem a cesta básica nas capitais brasileiras e fazem a divulgação desses resultados. Entre elas, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Na pesquisa de janeiro feita pela organização, foi visto que a compra de itens básicos subiu em 11 das 17 capitais analisadas.

Na divulgação mais recente do Dieese foi possível observar que as cidades do Nordeste apresentaram os maiores índices de reajuste. Enquanto isso, municípios do Sul ficaram com as menores alterações. A pesquisa é feita em supermercados, mercearias, açougues, pequenos e grandes comércios de alimentos.

No final da pesquisa, realizada mensalmente, é possível observar o que o consumidor já encontra nas prateleiras: que a cesta básica do país sofre com mudanças variáveis de preço. Alimentos e bebidas foi o grande vilão da inflação de 2022, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Do total de 5,6%, a metade é culpa desses grupos.

Alimentos da cesta básica que ficaram mais caros

O preço dos legumes e das frutas subiu consideravelmente no último ano, o motivo foi a guerra na Ucrânia. Já que os principais fertilizantes vinham daquela região, além das mudanças climáticas afetarem esses produtos. O que deve ser visto nos próximos dias é justamente essa mudança de preço já que as fortes chuvas atingem o país.

Em janeiro, os alimentos da cesta básica que ficaram mais caros foram, de acordo com o Dieese:

  • arroz agulhinha aumentou em todas as cidades, com variações entre 0,92%, em Vitória, e 9,61%, em Florianópolis;
  • o quilo do feijão subiu em todas as capitais. O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Belo Horizonte e São Paulo, apresentou taxas que variaram entre 2,51%, em Fortaleza, e 22,70%, em Belém;
  • o preço da batata subiu em quase todas as cidades da região Centro-Sul, onde o tubérculo é pesquisado. As altas mais expressivas foram registradas em Curitiba (24,03%), Campo Grande (21,36%), Belo Horizonte (20,63%) e Brasília (19,58%);
  • o valor da farinha de mandioca, pesquisada no Norte e Nordeste, aumentou em todas as capitais, exceto em Salvador (-1,66%). As maiores elevações foram registradas em João Pessoa (9,52%), Belém (6,44%) e Aracaju (5,55%);
  • tomate aumentou em 10 das 17 capitais, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, com taxas expressivas nas cidades do Nordeste: Recife (64,40%), Natal (50,64%), João Pessoa (49,70%), Aracaju (48,28%), Fortaleza (27,90%) e Salvador (23,32%).

Capital com maior valor da cesta básica

De acordo com o monitoramento da Horus com o FGV Ibre, que acompanha mensalmente oito capitais do país, em 2022 a cesta básica de Belo Horizonte foi a que mais encareceu. No mês de dezembro foram as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro as que ocuparam o ranking de alimentos mais caros.

Na pesquisa feita pelo Dieese, o maior valor da cesta básica de janeiro foi encontrado na cidade de São Paulo. Nessa região a soma dos produtos no primeiro mês do ano ficou em média R$ 790,57. Considerando que o valor do salário mínimo do país é de R$ 1.302, o morador de São Paulo precisa trabalhar 133 horas e 35 minutos para adquirir a cesta básica.

Nesse mesmo ranking, veem cidades como:

  • Rio de Janeiro – R$ 770,19;
  • Florianópolis – R$ 760,65;
  • Porto Alegre – R$ 757,33.

Em contrapartida, a cidade que apresenta o menor valor dos itens é Aracaju cobrando R$ 555,28.

Valor do salário mínimo se mostra insuficiente

O atual valor do salário mínimo no país é de R$ 1.302, a quantia é referência para o pagamento de trabalhadores da iniciativa pública e privada, além de aposentados e pensionistas. Acontece que, como foi visto, na capital em que a cesta básica é mais cara de R$ 790,57.

Além da alimentação, muitas famílias usam esse valor para quitar gastos mensais com aluguel, água, luz, telefone, internet, remédios, entre outros. Ou seja, as necessidades básicas de um grupo familiar fica comprometido e o salário mínimo do país não acompanha esses reajustes.

Para o Dieese, o o salário mínimo suficiente para cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, deveria ser de R$ 6.641,58 em janeiro.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com