Orçamento da saúde tem menor verba em 8 anos e ameaça governo Lula

Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente do país após levar 60 milhões de votos. O seu terceiro mandato neste cargo começa em 1° de janeiro de 2023, mas ele e sua equipe precisarão lidar com o planejamento financeiro deixado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Não só para o orçamento saúde, mas considerando todo o plano, são R$ 149,9 bilhões para 2023, o menor projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) desde 2019.

Orçamento da saúde tem menor verba em 8 anos e ameaça governo Lula
Orçamento da saúde tem menor verba em 8 anos e ameaça governo Lula (Imagem: FDR)

Quanto analisado somente o orçamento da saúde essa é o menor investimento desde 2014. Os cortes previstos para 2023 são em vários setores como o Farmácia Popular que oferece medicamentos gratuitos ou com descontos, o sistema de saúde indígena e até mesmo o plano de controle de câncer. Diante de todo esse cenário, o governo Lula terá grandes desafios pela frente.

Ouvidos pelo G1, especialistas pontuam pelo menos três importantes entraves que o próximo governo terá que lidar no próximo ano. Como equacionar o financiamento do SUS (Sistema Único de Saúde), ampliar a cobertura vacinal com o Programa Nacional de Imunização (PNI), e ainda, atender toda a demanda represada pela pandemia. 

Por que há restrições no orçamento da saúde?

Uma das explicações para que o governo Bolsonaro tenha incluído no PLOA de 2023 um corte tão significativa no orçamento da saúde é o teto de gastos. Criado em 2016 por meio da emenda n°95, o teto não permite que os investimentos públicos do ano sejam maiores que do ano anterior.

Quer dizer que independente do tamanho do PIB (Produto Interno Bruto) o orçamento da saúde está limitado. O montante a ser investido é calculado apenas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), reajustado pela inflação acumulada, o que não acompanha o ritmo do crescimento da população, na avaliação dos especialistas.

Quais os cortes previstos para 2023

Tudo o que envolve o orçamento da saúde é sempre muito importante. Dados compilados pela Associação Brasileira da Economia da Saúde (ABrES) comparam orçamento 2022 com a proposta orçamentária de 2023 enviada pelo governo ao Congresso, e mostram os seguintes cortes:

  • ↓ 61,2% estruturação da rede cegonha;
  • ↓ 59% Farmácia Popular;
  • ↓ 59% Saúde indígena;
  • ↓ 56% Saúde e formação em Saúde;
  • ↓ 46,4% controle do câncer;
  • ↓ 36,8% Programa Nacional de Imunizações.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com