O que é o ORÇAMENTO SECRETO? Entenda como ele impacta no SEU bolso

Muito tem se falado sobre o orçamento secreto, o termo, no entanto, não é de conhecimento de muitas pessoas e pode gerar algumas confusões. O sistema tem influencia direta no funcionamento das contas públicas do governo. Para se ter uma ideia da dimensão, a partir de 2023 independente de quem vença as eleições o próximo presidente terá acesso a 60% dos recursos públicos. Os outros 40% já estão garantidos para as emendas desta modalidade.

O que é o ORÇAMENTO SECRETO? Entenda como ele impacta no SEU bolso
O que é o ORÇAMENTO SECRETO? Entenda como ele impacta no SEU bolso (Imagem: FDR)

O orçamento secreto foi criado durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), e tem sido visto por muitos especialistas como uma estratégia corrupta de agradar os políticos do Centrão no Congresso Nacional. A medida nada mais é do que a Emenda do Relator, ou seja, um pedido do parlamentar por verba pública para investimento em setores como saúde e educação. Mas é chamado de secreto porque existe pouca ou quase nenhuma transparência. 

Quando faz a apresentação de uma emenda, ela pode ser:

  • individual: cada parlamentar decide onde alocar o dinheiro;
  • de bancada: emendas coletivas, elaboradas por deputados do mesmo estado ou região;
  • de comissão: emendas coletivas de comissões permanentes da Câmara ou do Senado.

A alteração nas regras dessas emendas que transformaram em orçamento secreto foi aprovada em 2019 no Congresso Nacional, e passou a valer em 2020. A partir disso, o nome do deputado fica oculto, e não se sabe quem está destinando dinheiro público já que tudo é repassado na figura do relator do orçamento, que varia todo ano.

Por que existem críticas sobre o orçamento secreto?

O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de uma ação judicial, questiona a legalidade do orçamento secreto. E eles não são os únicos, especialistas políticos criticam o sistema e acusam o governo de Bolsonaro de usá-lo como moeda de troca para buscar apoio no Congresso Nacional.

De forma inédita, o presidente que assumir o Palácio do Planalto em janeiro de 2023 ficará sem controle de 40% dos recursos federais que são destinados a investimentos públicos, isso significa R$ 30 bilhões. Essa quantia ficará em poder do Congresso Nacional, composto por deputados e senadores, e que poderá ser usado por emendas parlamentares.

Isso significa que os deputados e senadores poderão usar mais dinheiro público, sem descrever de forma específica onde essa verba será usada. O que dificulta qualquer tipo de fiscalização dos órgãos públicos, logo, os brasileiros são prejudicados porque aumentam as chances do envolvimento destes políticos com corrupção.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com