Milhares de pessoas fazem doação de R$ 1 para campanha de Bolsonaro, porém ‘dor de cabeça’ é gerada

As eleições 2022 estão se aproximando e o eleitorado do presidente Bolsonaro criou um movimento para doar R$1 ou valores parecidos para a campanha do presidente. No entanto, esta “ajuda” tem trazido dificuldades burocráticas e contábeis para a chapa. Entenda.

Na verdade, esta ajuda é uma estratégia dos apoiadores do atual presidente pois, ao receberem doações, a chapa é obrigada a emitir recibos eleitorais numerados. Desta forma, os eleitores teriam uma espécie de parâmetro contra possíveis fraudes nas urnas. Bolsonaro não deixou de questionar a segurança das urnas.

“Só R$ 1 para declarar o voto em apoio à reeleição do Bolsonaro, o que servirá de parâmetro antifraude. Já fiz a minha parte”, era o que falava uma das mensagens que estão circulando nas redes e que buscam o apoio dos eleitores.

De acordo com uma postagem do senador Flávio Bolsonaro em seu perfil no Twitter, as doações para a campanha eram bem-vindas e ele afirmou que este movimento era espontâneo.

O ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Tarcísio Vieira de Carvalho Neto e advogado da campanha de Bolsonaro, estima que já tenham sido recebidas 300 mil doações, com valor de R$2 em média.

Cada extrato de doação de campanha precisa ser feito de forma individual e necessitam de um minucioso trabalho de preenchimento de informações.

“Foi um movimento espontâneo, que surgiu na internet, e que gerou na gente essa preocupação. Tudo isso está de acordo com a lei, claro. Mas como temos o prazo de 72 horas para fazer as prestações de contas parciais, o contador estava um pouco aflito. O volume é muito grande para fazer no braço. Ontem ele estava desenvolvendo uma metodologia de tecnologia da informação para cumprir as tarefas. O próprio Banco do Brasil estava com dificuldades em rodar os extratos para a gente juntar na prestação de contas”, disse Tarcísio Vieira à Folha.

Tarcísio disse ainda que não seria de bom tom desencorajar o movimento de doações e que de R$1 em R41 é possível atingir um montante que ajude na campanha de Bolsonaro, se uma solução contábil for descoberta.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.