- O projeto Nexus pretende permitir transações rápidas entre diversos países;
- O modelo internacional ainda segue em período de testes;
- O sistema Pix tem sido um modelo para outros bancos centrais mundiais.
Desde novembro de 2020, os brasileiros podem contar com o sistema Pix. Desde então, milhões de brasileiros passaram a realizar transferências instantâneas. Futuramente, outros países poderão ter acesso a uma espécie de Pix internacional, por meio do projeto Nexus.
Atualmente, o Bank of Internacional Settlements (BIS), também conhecido como o “banco central dos bancos centrais”, vem desenvolvendo o projeto Nexus, semelhante a um Pix internacional. Hoje, a funcionalidade está em fase de testes. Mais de 60 países devem fazer parte do sistema.
Segundo o BIS, em muitas vezes, enviar dinheiro para o exterior ainda é caro e lento. A instituição explica que, internacionalmente, a conexão desses sistemas internacionais poderia melhorar o custo, velocidade e transparência dos pagamentos transfronteiriços.
O Projeto Nexus
Em meio a isso, o Bank of Internacional Settlements informa que o Nexus surge como um modelo para conectar sistemas nacionais de pagamento em uma plataforma transfronteiriça.
No momento, este projeto está passando por testes entre sistemas de pagamento da Malásia, Cingapura e Zona do Euro — por meio do Banco da Itália. O Brasil vem participando do Nexus como observador.
O BIS destaca que os parceiros envolvidos diretamente possuem uma grande experiência na construção e conexão de sistemas de pagamento.
A entidade informa que “a fase de testes explorará o potencial do Nexus para facilitar e acelerar o potencial de vinculação de sistemas de pagamento rápido”.
O Nexus teria a função de padronizar o modo como esses sistemas se conectam. “Em vez de um operador de sistema de pagamento criar conexões personalizadas para cada novo país ao qual se conecta, o operador pode fazer uma conexão com a plataforma Nexus”, explica o BIS.
O “banco central dos bancos centrais” aponta que essa conexão única possibilita que o um sistema de pagamentos rápidos alcance outras nações da rede.
Como o Nexus funciona
Por meio das fronteiras, o Nexus facilita a conexão entre os sistemas de pagamento instantâneo. Ao conectar diversos sistemas de pagamento em uma plataforma transfronteiriça, os pagamentos internacionais poderão ocorrer tão rapidamente quanto o envio de uma mensagem de texto.
O plano Nexus foi desenvolvido e aperfeiçoado por meio de 30 workshops com operadores de IPS, bancos centrais e grandes bancos — com uma considerável presença em mercados de câmbio e pagamentos internacionais.
O BIS informa que a próxima fase de seu trabalho testará e melhorará esse plano. Inicialmente, serão conectados os sistemas de pagamento de Cingapura, Malásia e zona do euro.
“Este experimento processará pagamentos simulados, mas não processará dinheiro real ou pagamentos reais de usuários reais”, explica a entidade.
O funcionamento do Pix no Brasil
Há quase dois anos, o sistema Pix foi lançado no Brasil. Por meio desta ferramenta, os brasileiros conseguem transferir valores entre contas em poucos segundos.
O Pix pode ser usado a qualquer hora ou dia — inclusive feriados. A transação pode ser feita a partir de uma conta corrente, poupança ou de pagamento pré-paga.
As pessoas físicas conseguem realizar as transferências via Pix gratuitamente. Para os demais casos, o custo tende a ser baixo.
Não existe um limite mínimo para pagamentos ou transferências por meio do Pix. Sendo assim, as pessoas conseguem realizar transações a partir de R$ 0,01.
Geralmente, não existe um limite máximo de valores. No entanto, as instituições financeiras poderão definir limites máximos — com base em critérios de redução de riscos de fraude e de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
Os usuários ainda possuem a liberdade de solicitar ajustes nos limites previstos. Caso o pedido seja para reduzir o valor, essas instituições precisam acatar imediatamente.
Em novembro do ano passado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chegou a comentar que a entidade vem trabalhando para possibilitar que o sistema de pagamentos seja utilizado em transações internacionais.
Em março deste ano, o BIS publicou um estudo em que elogia o Banco Central pela criação do sistema Pix. A instituição destacou que a ferramenta brasileira é um exemplo de como os bancos centrais globais podem apoiar a concorrência e a interoperabilidade.