Diversos ambientalistas consideram as criptomoedas como um dos grandes responsáveis pelo aquecimento global. No entanto, ao longo do tempo, as moedas digitais vêm se adequando à pauta ESG (sigla traduzida como ambiental, social e governança).
As criptomoedas são desenvolvidas por meio de computadores, que são conectados à internet e fazem cálculos — no processo que se chama mineração.
Para a execução dessa atividade, há a utilização de grandes data centers.
Contudo, estes equipamentos mais desenvolvidos tendem a consumir mais energia.
Além da necessidade de conexão a uma tomada, as máquinas necessitam de algum ambiente com temperatura ideal. Para que o processo ocorra em condições ideais, tendem a haver aparelhos de ar-condicionado com funcionamento ininterrupto.
Em meio a este cenário de grande gasto energético — com impacto no meio ambiente —, esse processo de mineração de criptomoedas tende a ser observado com mais atenção.
Para atenuar os reflexos negativos ao meio ambiente relativos às criptomoedas, algumas ações vêm sendo realizadas. Por exemplo, mineradoras de bitcoin firmaram acordo para diminuir a utilização de combustível fóssil.
Ao InfoMoney, o diretor de investimentos da QR Asset Management, Alexandre Ludolf, explica que as mineradoras são fortemente impactadas pelos preços de energia. Devido a isso, atualmente, é bastante comum que as companhias do segmento prefiram, em suas operações, fontes renováveis.
Criptomoedas adotam pauta ambiental em meio à demanda de investidores
Além da questão financeira, o executivo explica que a mudança de perspectiva também acompanha a demanda de investidores — principalmente institucionais. Cada vez mais, estes se atentam a aspectos relativos ao meio ambiente.
Segundo a pesquisa EY Global Institutional Investor Survey, realizada em 2021, 90% dos entrevistados — quando se trata de suas estratégias de aplicações e tomadas de decisões — dão mais importância ao desempenho ESG. O levantamento foi feito com 324 líderes seniores de investimentos pelo mundo.
Entre os participantes, 86% alegaram que uma companhia com uma forte performance e programa ESG teria um significativo impacto nas recomendações dos analistas atualmente. Estes dados foram apurados pela Agência EY.
Em estudo recente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) revelou que os investidores brasileiros possuem mais demanda por informações ESG. De todos os participantes, 93,9% indicaram possuir algum tipo de conhecimento sobre a pauta.