Na última terça-feira (16), um ex-funcionário do Nubank fez um desabafo no Linkedin sobre o motivo de sua demissão. A publicação recebeu milhares de curtidas e foi compartilhada em outras redes sociais.
Na postagem de Igor Ferreira, ex-funcionário do Nubank, ele explica que o desligamento da empresa foi porque foi “sênior demais”. Porém, o mesmo afirmou que é preto, faz parte da comunidade lgbt+ e possui deficiência física.
Na justificativa, segundo Igor, a empresa disse como argumento para a rescisão que ele era “Sênior demais para os objetivos e rumos da área e não encontramos nenhum outro desafio ou projeto para você aqui”.
Na publicação Igor levanta que esses foram os argumentos usados pela empresa que afirma “aos quatro ventos” que prioriza a diversidade cultural e a inclusão. Segundo ele, estava dentro do quadro de funcionários para aumentar os números de D&I (diversidade e inclusão).
Diante da situação constrangedora, o ex-funcionário brinca e diz que, pelo menos, foi elogiado como “sênior demais”. Segundo ele, trabalhar no Nubank foi uma das experiências mais engrandecedoras.
Porém, a demissão inesperada foi uma grande decepção. Igor acusou a empresa de usar o programa de diversidade e inclusão como “maquiagem” para a realidade. A postagem recebeu milhares de curtidas e foi compartilhada em outras redes sociais.
“Cômico, se não fosse patético e deplorável”, disse Igor. Em nota enviada para a Isto É Dinheiro, o Nubank informou que “não comenta casos específicos por respeito ao sigilo de seus funcionários e clientes.”
Racismo no Nubank
Na época de sua admissão, o Nubank estava passando por uma crise, após sua então CEO, Cristina Junqueira, fazer um discurso racista. As falas foram ditas durante entrevista para o programa Roda Viva.
Na ocasião, a CEO afirmou que tem “dificuldade de encontrar candidatos negros adequados para as exigências das vagas na empresa”. Para piorar a situação, afirmou que, mesmo oferecendo programas de formação, não poderia “nivelar por baixo”. A fala sugeriu que não há profissionais negros aptos para as vagas.
Na entrevista, Junqueira admitiu que o Nubank possuía um problema de representatividade racial. Após a repercussão negativa, a CEO publicou um vídeo pedindo desculpas e afirmando que o fato serviu para o aprendizado.