Nesta quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 13,25% ao ano para 13,75% ao ano. Com isso, o indicador chega ao maior patamar desde novembro de 2016, quando estava em 14% ao ano.
O Copom aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual de forma unânime. O reajuste recente representa o décimo segundo aumento consecutivo do indicador. A elevação da taxa básica de juros da economia acontece desde março do ano passado, quando estava na mínima histórica de 2% ao ano.
Na reunião anterior, realizada em junho, o Copom já tinha indicado que aumentaria a taxa de juros. Na ocasião, foi indicado que a alta seria de 0,5 ou 0,25 ponto percentual. Na visão do mercado, a Selic deve seguir em 13,75% até maio do próximo ano.
Em comunicado, o Comitê informou que avaliará “a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”. Sendo assim, ainda existe a possibilidade de um novo aumento da Selic em setembro.
Copom aumenta Selic para tentar conter inflação
Esta taxa, que funciona como uma referência para as demais taxas da economia, é o principal instrumento do Banco Central para controlar o aumento da inflação. No acumulado em 12 meses até junho, a inflação elevou 11,89% no país.
Para este ano, o centro da meta de inflação é de 3,5% ao ano — com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Analistas do mercado estimam que a inflação encerrará 2022 em 7,15%. Ou seja, a previsão é de que a meta de inflação será descumprida neste ano.
Geralmente, os reajustes monetários levam de seis a 18 meses para causarem pleno reflexo econômico. Sendo assim, o reajuste atual visa cumprir uma meta de inflação futura. Para 2023, o centro da meta de inflação é de 3,25% — com a mesma margem de tolerância.
Segundo o Comitê, o reajuste recente “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024”.