Em 13 de junho, ações da Eletrobras vendidas na capitalização estrearam na bolsa de valores. Desde então, os ativos da empresa do setor elétrico vêm registrando performance acima do Ibovespa, principal índice da B3. Analistas consultados pelo Valor esperam que os papéis valorizem ainda mais.
A privatização da Eletrobras colocou a empresa em um novo patamar. Isso pode ser observado na valorização das ações na bolsa de valores. Em meio às previsões de ganhos de eficiência e cortes de custos, especialistas observam potenciais de alta de até 60% para os ativos no prazo de 12 meses.
Diante da previsão de aumento dos resultados — sem as amarras estatais —, os especialistas estimam que também fique maior o pagamento de dividendos. Isso porque, historicamente, a Eletrobras não paga tanto quanto outras empresas elétricas.
A oferta de ações, que resultou em desestatização da Eletrobras movimentou aproximadamente R$ 33,7 bilhões. Isso aconteceu após, o valor de cada ação ser definido em R$ 42 no dia 9 de junho.
O total da oferta primária foi de R$ 30,76 milhões. Já o total da secundária (de papéis já existentes), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi de R$ 2,938 bilhões.
Bancos retomam cobertura da Eletrobras após privatização
Depois da privatização da Eletrobras, bancos brasileiros, como o BTG Pactual, e internacionais, como JP Morgan retomaram cobertura de papéis da empresa. Essas companhias possuem recomendação de compra para o investimento.
No entendimento de analistas do BTG, a companhia passa a ter uma gestão mais eficiente de transmissão e gestão — de forma igual a de seus pares privados. A instituição tem preço-alvo de R$ 62 para as ações da Eletrobras para os próximos 12 meses.
Os analistas da JP Morgan, por sua vez, destacam que a Eletrobras é a companhia favorita do segmento energético. O motivo é porque a empresa “tem tudo”. Foram citados os gatilhos positivos, avaliação atrativa, liquidez das ações e uma tese ESG por trás.
Para os próximos 12 meses, o banco americano estabeleceu sete impulsionadores e fontes de valorização dos ativos da empresa:
- Redução de custos;
- Potencial de migração para o Novo Mercado;
- Novas demonstrações financeiras, indicando o reflexo da privatização no balanço patrimonial e nos resultados;
- Estratégia corporativa, alocação de capital e política de dividendos;
- Gestão de passivos, incluindo renegociação de provisões de empréstimos compulsórios;
- Reprecificação da energia não contratada;
- Eleições e condições de mercado.
Para dezembro de 2023, a instituição tem preço-alvo para os ativos preferenciais de R$ 64.