Nesta terça-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começou a reunião para estabelecer o nível para a taxa Selic. O mercado prevê um aumento de 1 ponto percentual nos juros. Esse reajuste deve causar impactos na área de investimentos.
Caso as estimativas do mercado se concretizem, a taxa básica de juros chegará a 12,75% ao ano. Este seria o décimo primeiro consecutivo na Selic. A divulgação da nova taxa básica de juros deve acontecer nesta quarta-feira (4).
Aumento da taxa Selic deve beneficiar grupo de investidores
Segundo a analista de renda fixa do TC Matrix, Jaqueline Benevides, a alta na Selic pode ser aproveitada por quem realizou suas ações estratégicas na renda fixa.
Há alguns meses, o mercado já estimava que a Selic chegasse a 12,75% ao ano. Contudo, diante da escalada na inflação, há projeções de inflação próxima a 7,89% ao ano e uma Selic terminal de 13,75% ao ano para 2022.
Diante disso, a especialista afirma que os investidores que se prepararam, e alocaram em ativos pós-fixados — e deu uma pausa nos prefixados — poderá aproveitar essa tendência do resultado dessa reunião do Copom.
Benevides considera que, para a renda fixa nesse momento, se tornam mandatários na carteira do investidor os ativos pós-fixados.
Ela considera os prefixados como atrativos, mas precisam ser usados com cautela, bastante em linha com essas elevações constantes da taxa de juros — que oferecem maiores prêmios conforme a alta da Selic.
Alta de juros nos Estados Unidos também deve afetar investimentos
Nesta quarta-feira, o mercado também estima uma alta dos juros nos Estados Unidos. Há a previsão de aumento de 0,50 ponto percentual.
Benevides destaca que a elevação dos juros nos EUA impacta bastante a carteira de investimentos no Brasil e a vida dos brasileiros. Para quem prefere a renda variável, esta quarta será um dia de cautela.
Isso porque o mercado espera o posicionamento do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) sobre as estimativas de inflação para os próximos meses.
Já com relação à renda fixa, todos os vértices brasileiros de longo prazo da curva de juros sofrem precificação. Isso ao considerar que o Brasil utiliza os Estados Unidos como sua “taxa livre de risco”. Sendo assim, a renda fixa também é afetada pela alta de juros no país estrangeiro.