Tesouro Direto: apenas um dos títulos teve bom desempenho em abril; confira qual foi

Em abril, somente títulos atrelados à taxa Selic fecharam o mês no positivo, entre os onze papéis disponíveis para compra no Tesouro Direto. Já os outros nove, prefixados e do tipo IPCA+, passaram por quedas vertiginosas.

Na visão de grande parte dos analistas, daqui em diante o cenário ainda é inspira atenção: “É necessário acompanhar até onde vai a Taxa Selic e a persistência inflacionária. Por isso, recomendo uma alocação maior nos pós-fixados, porque a relação risco-retorno é muito melhor. O que não significa que é para deixar as oportunidades do pré passarem, mas deve ser um investimento mais limitado”, disse ao Valor Investe a estrategista chefe da Órama, Sandra Blanco.

Portanto, segundo os especialistas, neste momento os papéis mais indicados são os de curto prazo. “Os títulos indexados à inflação, que oferecem juros reais acima de 5%, e o Tesouro Selic, ambos com vencimento inferior a 5 anos, são os mais interessantes, porque um cenário de incertezas pode se desenhar ao longo do ano”, explicou também ao Valor o especialista em investimentos da Toro, Rodrigo Caetano.

Títulos de longo prazo do Tesouro IPCA+ são os que mais oferecem riscos, segundo os especialistas. Papéis com vencimento entre os anos de 2030 e 2055 possuem atualmente  o prazo mais longo entre os que estão disponíveis para investimento no Tesouro Direto atualmente. 

Eles, justamente por estarem mais sujeitos à volatilidade, são tidos como os mais arriscados. Isso pois é mais complicado projetar qual será o estado da economia do Brasil em 2030, ou ainda mais adiante, em 2055. Desta forma, é normal que o preço desse título passe por grandes oscilações ao longo do tempo no mercado.

Para os investidores de renda fixa, é importante destacar que a projeção para o IPCA  (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) saltou de 6,86% no último Boletim Focus, que foi revelado em 28 de março, para 7,65%. A previsão para a taxa básica de juros Selic, pulou de 13% para 13,25%.

Maio 

O mês já começa movimentado com mais uma reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) nesta quarta, 2. Nesta reunião a Selic deve subir um ponto percentual, segundo projeção do mercado, chegando a 12,75% ao ano. Desta forma, os especialistas aguardam uma nova movimentação nos títulos públicos. Já é esperado também que as incertezas fiscais do Brasil permaneçam.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.