Nesta terça, 16, o ex-presidente Lula defendeu novamente a revogação do teto de gastos em seu possível novo governo. O candidato a presidência nas eleições 2022 vem propondo a revisão das reformas que aconteceram durante o governo de Michel Temer.
Lula falou novamente durante uma entrevista coletiva dada na manhã de ontem, sobre a criação de uma nova legislação trabalhista e afirmou que o teto de gastos só serve para os mais ricos. Como no programa da Federação PT,PCdoB e PV, Lula vem utilizando um tom forte à esquerda na pauta econômica.
“Nós não aceitamos a lei do teto de gastos. Ela foi feita para garantir que os banqueiros tivessem o deles no final do ano. Nós queremos garantir que o povo tenha o seu todo dia, todo mês, todo ano”, disse Lula a jornalistas da mídia independente e youtubers.
A lei do teto de gastos foi sancionada em dezembro de 2016 e delimita que o governo só pode gastar o correspondente ao Orçamento do ano anterior, corrigido somente pela inflação.
De acordo com Lula, esta iniciativa prejudicou os investimentos sociais, a educação e a saúde. “Fazer política social não é gasto, é investimento”, criticou.
O ex-presidente falou ainda a respeito da nova proposta de legislação trabalhista, compromisso que foi citado na Federação do PT e feito por Lula durante um encontro com as grandes centrais sindicais do Brasil no inicio deste mês.
“Um grupo de empresários que, quando nós falamos em rever a reforma trabalhista, ficaram assustados. Mas nós temos que criar uma reforma trabalhista que seja adaptada à atual realidade do mundo de trabalho. […] A gente quer uma mudança na estrutura da relação patrão-empregado e capital-trabalho que seja levada em conta os direitos que a sociedade brasileira tem que ter: descanso semanal remunerado, saber quanto vai ganhar por mês, seguridade social. Tudo isso vamos ter de discutir”, disse Lula.
O documento da federação, entre outras coisas, propõe a “implementação de uma nova reforma trabalhista construída a partir da negociação tripartite, que proteja os trabalhadores, recomponha direitos, fortaleça a negociação coletiva e a representação sindical, com especial atenção aos trabalhadores informais e de aplicativos”.