Os brasileiros que já estão pagando caro pelo gás de cozinha precisam se preparar. Isto pois nos próximos meses, o preço do gás encanado deve encarecer 60% até agosto, segundo projeções da ARM Consultoria.
O gás encanado é natural, não é refinado do petróleo, como o GLP, o gás de botijão. No entanto, o seu preço também é impactado pela cotação internacional do petróleo. Em decorrência do conflito entre Rússia e Ucrânia, o preço do barril de petróleo cresceu fortemente.
O preço do gás em botijão também aumentou chegando a R$160. O gás encanado também passará por aumento. Segundo o sócio-fundador da ARM Consultoria, Bruno Armbrust, em maio, deve acontecer um reajuste de 20% a 25%.
“Estimamos que agosto deve ser o pico de aumento dos preços do gás encanado, acumulando alta de 60% no ano, isso se o barril de petróleo de mantiver na casa dos US$ 115. Mas se ficar ainda mais caro, poderemos ver um novo reajuste em novembro”, disse Armbrust ao UOL.
O diretor de Gás Natural da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), Adriano Lorenzon, disse que o preço do gás encanado é determinado pelo valor do barril de petróleo tipo Brent, que está caro em decorrência da guerra.
“Hoje, a Petrobras é a principal fornecedora de gás encanado e responde por algo em torno de 90% do mercado brasileiro. A precificação que a empresa usa para o gás é baseada no petróleo Brent, que está sofrendo altas no preço desde o final do ano passado. A situação ficou pior com a guerra na Ucrânia”, disse Lorenzon ao UOL.
No entanto, o crescimento no preço do petróleo não será sentido no gás de forma imediata. Os aumentos que vem acontecendo deste o início deste ano devem ser percebidos com mais intensidade em maio.
Setores que mais sentirão a alta
Atualmente, o gás encanado é mais utilizado em indústrias do que em residências. De acordo com dados da Armbrust, o Brasil possui cerca de 70 milhões de residências e que apenas 3,5 milhões são abastecidos pelo gás encanado.