Nesta quinta-feira, 3, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez uma declaração de defesa à redução dos lucros da Petrobras. Segundo o líder do país, a medida seria de grande valia para amenizar o aumento dos preços dos combustíveis, tendo em vista que a tendência já é de crescimento em meio às tensões na Europa.
Apesar da declaração, Bolsonaro completou alegando não ter autonomia nem o desejo de interferir nas ações da Petrobras. Entretanto, destacou que a estatal está ciente das responsabilidades dela, bem como a colaboração para reduzir os preços dos combustíveis evitando uma nova disparada como aconteceu durante todo 2021.
“Estamos vendo aqui na mídia – e é verdade – o lucro que a Petrobras está tendo. Em um momento de crise como esse, eu acho que esse lucro, dependendo da decisão dos diretores, do conselho e do presidente, poderia neste momento de crise ser rebaixado um pouquinho para a gente não sofrer muito daqui”, alegou Jair Bolsonaro.
Um dia antes, na quarta-feira, 2, o presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, disse em entrevista à Reuters que a estatal tem verificado de perto a pressão em torno da alta do barril de petróleo. Desta forma, não há como tomar nenhuma decisão sobre os preços aplicados em derivados como os combustíveis.
Para Silva e Luna, as tensões na Europa causadas pela Guerra entre a Rússia e a Ucrânia, claramente afetou em diversos pontos da economia. Como o mercado de petróleo que no momento passa por um período de incertezas.
Em meio a este cenário, a Petrobras registrou um lucro recorde no valor de R$ 106,7 bilhões no ano passado, quase três vezes mais do que em 2019, que havia sido o último recorde com o lucro de R$ 40,1 bilhões.
Sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, Bolsonaro reconheceu durante uma live semanal que o conflito, logicamente, não é benéfico para nenhuma nação. Pelo contrário, ele tem gerado impactos extremos e preocupantes, como a valorização do petróleo e o consequente encarecimento de seus derivados.
Ainda assim, ele insiste em manter uma ‘posição neutra’ ainda que defenda a paz entre os países. Enquanto isso, os reflexos da guerra fizeram os preços do petróleo fecharem com uma das maiores altas em dez anos na última quarta-feira, 2. A pressão sobre este mercado deve permanecer alta devido às sanções impostas à Rússia.