Nesta quinta-feira (17), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ser contra a estatização em todos os setores da economia. Apesar disso, o petista argumentou que apenas companhias estratégias devem ter participação do Estado. A declaração foi realizada em entrevista à rádio cearense Progresso FM.
Lula, que lidera as pesquisas para as eleições 2022, disse que planeja fortalecer as companhias estatais, como os Correios e a Eletrobras. Estas companhias vêm passando pelo processo de estatização pelo governo Bolsonaro. Lula também defendeu a Petrobras estatal.
O ex-presidente também criticou a dolarização do valor dos combustíveis no Brasil. Segundo ele, “não tem sentido a gasolina ser internacional”. Ele disse que vai “abrasileirar o preço da gasolina”.
Lula disse que o preço será brasileiro, pois os investimentos serão realizados em real. “A gente vai tirar gasolina e a gente vai aumentar a capacidade de refino”, declara.
O candidato à presidência é a favor de que o país exporte derivados do petróleo — em vez de se concentrar na exportação do petróleo cru.
Segundo ele, “quando nós descobrimos o petróleo [do pré-sal], diziam que a gente não tinha capacidade de explorar, que era muito caro”.
Lula declara que, atualmente, o barril do petróleo tirado do pré-sal equivale ao preço do barril tirado da Arábia Saudita. O motivo disso, conforme Lula, é “porque a Petrobras tem tecnologia”.
Anteriormente, o candidato do PT já tinha dito que, caso seja eleito, acabará com a política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Esse modelo foi implantado pela Petrobras a partir de 2016.
Lula deve lançar pré-candidatura para Eleições 2022 em março
Lula ainda declarou que deve lançar sua candidatura por volta de março. Ele ainda defendeu que o ex-governador Geraldo Alckmin seja o vice. O petista alegou ser o responsável pela decisão do vice — e não o partido.
“É uma tentativa de mostrar que não sou candidato do PT. Quero ser candidato de um movimento pela recuperação da democracia do país”, argumenta Lula.
O presidenciável disse que precisará do apoio de diferentes forças políticas. Como exemplo, ele citou o senador Tasso Jereissati (CE). “Não vou consertar sozinho o país”, argumenta.