Nesta quinta, 2, a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Operação Kryptos, que tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por fraudes bilionárias ligadas a criptomoedas. A quadrilha teria como chefe o criminoso apelidado de “Faraó do Bitcoin”, Glaidson Acácio dos Santos.
Cerca de 20 policiais federais cumprem um mandado de prisão preventiva e e cinco de busca e apreensão no Mato Grosso do Sul e em São Paulo.
A Polícia Federal informou que uma advogada que era responsável por duas empresas com sede em Campo Grande (MS) fazia a intermediação da movimentação financeira entre a Gas Consultoria, a principal empresa investigada na operação, e outras estabelecidas fora do país, mesmo depois da deflagração da primeira fase da operação.
Também foi constatado pela investigação que a atividade de intermediação das movimentações financeiras ilícitas aumentou após a deflagração da primeira fase da operação, em agosto do ano passado, quando Glaidson foi preso.
A PF disse ainda que este braço da organização criminosa criou uma corretora de criptoativos com o possível objetivo de driblar bloqueios judiciais.
Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Caso sejam condenados, podem cumprir uma pena de até 22 anos de reclusão.
Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e foram oriundos de um esforço conjunto entre a Polícia Federal e Ministério Público Federal.
O Faraó do Bitcoin
Glaidson Acácio dos Santos é suspeito de administrar um esquema de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. A principal empresa envolvida no golpe, a Gas Consultoria, possui sede em Cabo Frio, a 120 quilômetros da capital fluminense.
A primeira fase da operação, além de prender Glaidson em agosto de 2021, também resultou na apreensão de carros de luxo, cerca de R$ 13 milhões em dinheiro, e ainda 591 BTC, avaliados em R$ 115 milhões atualmente.
O “faraó” é acusado ainda de cometer crimes contra o sistema financeiro juntamente com outras 16 pessoas. A Polícia Civil do Rio de Janeiro também investiga seu envolvimento como mandante de um homicídio.