O enviado especial da Organização Mundial da Saúde (OMS) David Nabarro disse nesta segunda-feira (10) que a pandemia já tem “fim à vista”. O especialista, designado para orientar ações de combate à Covid-19, deu entrevista ao canal britânico Sky News em que explica as previsões da entidade.
Para Nabarro, o mundo ainda enfrentará dificuldades, especialmente nos próximos três meses, mas o fim da pandemia pode ser vislumbrado:
“Estamos avançando na maratona, mas não há como dizer que estamos no fim. Nós podemos ver o fim, mas não estamos lá. E haverá alguns solavancos antes de chegarmos lá”
O especialista ressaltou que muitos países estão com dificuldade de lidar com os novos surtos, especialmente o que está acontecendo agora, devido à variante ômicron. Ressaltou ainda que outras variantes devem continuar a aparecer e que os surtos acontecerão periodicamente:
“A maneira como esse vírus está se comportando, e realmente tem se comportado desde que o conhecemos, é que ele se acumula e surge de forma bastante dramática e, em seguida, desce novamente e surge novamente a cada três ou quatro meses.”
David Nabarro disse que é possível normalizar a vida e a economia em muitos países, mas que há necessidade de elaborar “planos realmente bons para lidar com os surtos”.
No mês passado, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que 2022 poderia ser o ano do fim da pandemia, mas alertou que “quanto mais a desigualdade [no combate à doença] persistir, maior será a possibilidade” de surgirem novas variantes.
Variante ômicron se espalha pelo mundo
A variante do coronavírus ômicron foi detectada pela primeira vez em novembro, na África do Sul. Sua disseminação para outros países se deu de forma acelerada, sendo que a maioria dos novos casos registrados no mundo já é por essa variante.
Nos Estados Unidos, epicentro da pandemia, foram registradas 132.646 hospitalizações por Covid-19 na segunda-feira (10), um novo recorde. Dados como esse levaram à OMS a afirmar que, apesar de ser menos letal que as variantes anteriores, a ômicron não pode ser considerada “leve”.
No Brasil, a instabilidade no sistema de dados do Ministério da Saúde e a escassez de testes em postos e farmácias tem dificultado o rastreamento da pandemia, mas especialistas apontam que o quadro atual é de piora.